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Foto do escritorDNA Web Studio

De Volta Pra Casa | Capítulo 14


Novela de Eric Carvalho Cattin

Direção Failon Teixeira

Direção de Programação Guilhardo Almeida

Direção Geral Miguel Rodrigues

Núcleo DNA Web Studio


NO CAPÍTULO ANTERIOR...


MOTEL QUERO MAIS/DIA



MIGUEL – Como você mudou Lana, se tornou uma mulher fria sem sentimentos! Trata nosso amor como se não tivesse existido!


LANA – Eu enterrei o amor que u sentia por você junto com o meu pai aquela menininha ingênua que você conheceu não existe mais! Você vai ficar? Estou indo!


MIGUEL – Eu vou também, se você soubesse da metade do que sua mãe já fez pra mim, você jamais me trataria com tanta frieza, e viria que quem é o inimigo de verdade!


LANA – Tchau Miguel!


MIGUEL – Pode me dar uma carona até Pedra Rosa?


LANA – Não sei, estou atrasada pegue um taxi é melhor! Não quero que ninguém nos veja junto.


MIGUEL – Por favor Lana, a última coisa que te peço, é caminho de seu trabalho.


LANA – Tudo bem, vamos mas te deixo bem antes de chegar em Pedra Rosa.



OS DOIS ENTRAM NO CARRO E SAEM DO MOTEL... COMEÇA A CHOVER

LANA DIRIGE DISCUTINDO COM MIGUEL (instrumental suspense/tenso)


LANA – Eu queria ver se fosse ao contrário Miguel, se eu tivesse sido a culpada pela morte de sua mãe se você iria ficar do meu lado ou não! Tenho certeza de que pensaria da mesma forma que eu!


MIGUEL – Não tem nada a ver uma coisa com a outra, aliás tem sim! Tenho certeza de que minha mãe foi assassinada pela mesma pessoa que matou seu pai.


LANA (irônica) – Ah é? E quem seria esse serial killer de sua mente fabulosa?


MIGUEL – Sua mãe! Ela matou minha mãe e matou seu pai!


LANA (cai na risada) – Como você é ridículo Miguel! Acha que minha mãe mataria meu pai?


UM CAMINHÃO SAI FORA DA PISTA E VAI PRA CIMA DO CARRO DELES


MIGUEL (grita) – Cuidadoooo...


LANA DESVIA DO CAMINHÃO E O CARRO BATE EM OUTRO CARRO E CAPOTA VÁRIAS VEZES ATÉ PARAR (instrumental tenso)



FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO QUATORZE...



(...) AMBULÂNCIA CHEGA NO LOCAL, VEMOS LANA E MIGUEL SEREM RETIRADOS DAS FERRAGENS, LANA É RETIRADA EM ESTADO GRAVE.

MIGUEL (desesperado) – Pra onde estão levando Lana? Ela está bem?


PARAMÉDICO – Calma rapaz, ela está sendo cuidada! Se o senhor ficar agitado assim não vamos conseguir lhe dar os primeiros socorros, tente ficar quieto rapaz!


MIGUEL – Eu preciso ir com ela, Lana não pode ir sozinha!


LANA É COLOCADA NA UTI MÓVEL E LEVADA, O PARAMÉDICO APLICA UM ACALMANTE EM MIGUEL QUE ACABA DORMINDO E LEVADO PARA O HOSPITAL.


CONSTRUTORA CAMPELLO

SALA DE VITÓRIA – HILDA ENTRA NA SALA


VITÓRIA (raiva) – Onde você estava de novo Hilda? Não para mais nessa recepção, desse jeito vou ter que coloca-la no olho da rua sempre que preciso de você nunca está aqui! Está achando que isso aqui é uma zona igual aquele lugar que você mora?


HILDA – Desculpe dona Vitória, é que eu estava no médico e ele me disse... (interrompida)


VITÓRIA – Não quero saber de sua vida particular, muito menos de seus problemas de saúde! (o telefone toca) Está esperando o que para atender lerdeza?


HILDA (atende) – Campello Boa Tarde! Sim está só um momento! Dona Vitória é do hospital, aconteceu alguma coisa com a senhorita Lana!


VITÓRIA (sarcástica) – O que essa menina aprontou dessa vez? Me da aqui esse telefone! Alô? Sim é a mãe dela... Acidente de carro? Em que hospital ela está? Como vocês levam minha filha para esse hospital de pobre sendo que minha filha tem os melhores hospitais a disposição dela? Onde fica essa pocilga? (ela anota o endereço e desliga)


HILDA (preocupada) – A senhorita Lana está bem?


VITÓRIA – Desde quando devo satisfações á empregados? Vá cuidar de seus afazeres!


HILDA – Sim senhora, com licença! (ela sai)


VITÓRIA PEGA SUA BOLSA E SAI.


PEDRA ROSA

HOTEL DA DONA VERUSKA/ RECEPÇÃO


DONA VERUSKA – Creuza você tem visto a Lucia? Não vi essa mulher mais.


CREUZA – Vi sim, ela está trabalhando naquela construtora famosa do Rio, mas a coitada quase não fica na rua ela tem medo do ex aparecer de novo, soube que ele já saiu da cadeia agora ela está assim de casa pro trabalho e do trabalho pra casa.


DONA VERUSKA – Coitada, mas se esse crápula aparecer por aqui de novotenho certeza de que ela vai coloca-lo pra correr!


UM CARRO PARA EM FRENTE AO HOTEL (instrumental cômico)


DONA VERUSKA – Uai gente quem será? Tem alguma reserva pra hoje Creuza?


CREUZA – Tem daquela mulher vidente, deve ser ela!


DONA VERUSKA – Como não me fala nada que vinha uma vidente pra cá?


CREUZA – Eu avisei sim a senhora que nem me deu bola!


MADAME HELÔ ENTRA NO HOTEL


MADAME HELÔ – Buenas tardes! Tengo una reserva neste hotel!


CREUZA – Buenas Tardes a senhora deve ser Madame Helô?


MADAME HELÔ – Si soy yo! A senhorita deve ser Creuza? Si?


CREUZA (pasma) – Meu Deus Dona Veruska ela é vidente mesmo sabe até meu nome.


DONA VERUSKA – É claro que sabe né sua anta, está escrito no seu crachá!


CREUZA – Ai é mesmo (risos).


MADAME HELÔ – Então vão me deixar aqui esperando feito una platita?


DONA VERUSKA – Desculpe Madame Helô, é que minha recepcionista é um pouco lerda, mas já vai leva-la até seus aposentos! Não é Creuza? (beliscando-a)


CREUZA – Aiiii (dor), sim claro, vamos me acompanhe que vou te levar até seu quarto.


MADAME HELÔ – Si, permiso! (ela segue Creuza)


DONA VERUSKA (desconfiada) – Eu hein, que mulherzinha mais estranha.


HOSPITAL DO RIO DE JANEIRO

VITÓRIA CHEGA NA RECEPÇÃO E DEPARA-SE COM VÁRIAS PESSOAS DOENTES, SENTADAS NO CHÃO NOS BANCOS EM CADEIRAS DE RODAS, ETC...


VITÓRIA – Onde está minha filha quero vê-la imediatamente, e tira-la desse lugar nojento.


RECEPCIONISTA – Não é horário de visitas senhora, os horários estão naquele painel ali (aponta).


VITÓRIA – Que abusada você, me diga onde está minha filha, sei que ela está internada nesta espelunca.


RECEPCIONISTA – Já disse senhora, não é horário de visitas! Agora saia da fila que preciso atender outras pessoas que precisam!


VITÓRIA – Escuta aqui mocinha, você sabe com quem está falando? Sou Vitória Campello Negrini!


RECEPCIONISTA – Sei lindo nome, porém não faço ideia de quem seja, agora saia ou terei que chamar os seguranças!


VITÓRIA (bate no balcão) – Inferno, sua incompetente vou comprar essa espelunca aqui só pra poder colocar você no olho da rua!


O MÉDICO CHEGA...


MÉDICO – A senhora é a responsável por Lana Campello Negrini?


VITÓRIA – Eu mesma sou mãe dela!


MÉDICO – Me acompanhe, por favor.


ELES CHEGAM NO CTI


VITÓRIA (emocionada) – Minha filha... (começa a chorar)


MÉDICO – Lana sofreu graves ferimentos no acidente e perdeu muito sangue, ela precisa urgentemente de uma transfusão, mas o problema é que estamos em falta do tipo de sangue dela que é AB, se encontrarmos um doador ou doadora com o tipo dela ou do tipo O- que é um sangue universal seria uma salvação para Lana, nesses casos o pai ou a mãe podem ser compatíveis, a senhora sabe me dizer o seu tipo sanguíneo?


VITÓRIA – Meu sangue é A positivo, infelizmente não posso ajudar minha filha, mas vamos encontrar um doador sim, eu pago o quanto for!


MÉDICO – Não se compra sangue senhora, o sangue é doado de livre e espontânea vontade, mas e o pai dela? Não pode ser o doador?


VITÓRIA – O pai dela já faleceu a alguns anos. (pensativa)


MÉDICO – Então vamos ter uma grande batalha para encontrar um doador a sua filha e rezar para que ela aguente esperar! Já o outro que estava com ela passa bem, não foi tão grave quanto ela.


(instrumental tenso)


VITÓRIA – Outro? Que outro? Que eu saiba minha filha estava sozinha!


MÉDICO – Não! Ela estava com... Deixa eu ver aqui! (ele vê na pasta) Ela estava com Miguel Pereira da Silva.


VITÓRIA – O que? Miguel? Aquele favelado estava com minha filha?



1º INTERVALO COMERCIAL





MÉDICO – A senhora o conhece?


VITÓRIA – Não! Eu exijo que minha filha seja transferida deste hospital imediatamente!


MÉDICO – Desculpa dona Vitória, mas isso não será possível sua filha não tem condições de ser transferida para nenhum outro lugar.


VITÓRIA – Se minha filha ficar aqui nesse lugar horroroso ela vai morrer!


MÉDICO – Sua filha vai morrer se ela sair desse hospital dona Vitória, a senhora tem que se preocupar apenas em conseguir um doador para sua filha, apenas isso.


VITÓRIA – Como vocês são petulantes eu vou meter um processo nessa espelunca aqui você vai ver e se bobear processo até você por negligencia! Vou atrás de meus advogados para tirarem minha filha desse lugar! Passar bem! (ela sai)



VITÓRIA CAMINHA PELOS CORREDORES DO HOSPITAL, E PASSA EM FRENTE AO QUARTO EM QUE ESTÁ MIGUEL, ELA ENTRA E FECHA A PORTA


MIGUEL – Você? Saia daqui agora!


VITÓRIA – Cala essa sua boca favelado! O que você fez com minha filha? Tentou mata-la por vingança?


MIGUEL – A senhora é louca? Eu estava de carona com Lana, um caminhão invadiu o nosso lado da pista e aconteceu tudo isso.


VITÓRIA – Acha mesmo que vou acreditar nessa historinha pra boi dormir? Você tentou matar minha filha, e agora vou colocar você na cadeia novamente para nunca mais sair! E para que eu nunca mais tenha que colocar meus olhos em você!


MIGUEL – Não vai achando que vou deixar você acabar com minha vida novamente, dessa vez eu acabo com você antes!


VITÓRIA (irônica) – Olha o favelado rebeliou? Coloque-se no seu lugar favelado, eu tenho poder e você não tem nem onde cair morto afinal sua casa foi para os ares não é?


MIGUEL – Como sabe? Claro foi você também sua desgraçada você é um demônio em forma de gente!


VITÓRIA (sinica) – É muito feio sair acusando as pessoas sem ter provas sabia? Isso pode gerar um processo chamado calunia e difamação, você sabe o que é isso? Mas até que você é esperto sabe ligar uma coisa a outra e mesmo sabendo de tudo que sou capaz de fazer ainda insiste em rondar minha família?


MIGUEL – Você vai pagar muito caro por tudo que me fez!


VITÓRIA (grita) – Você quem vai pagar caro por ter voltado do inferno favelado! Desta vez não vou ter piedade de você, vou te esmagar como se esmaga uma formiga! Se prepare porque vou acabar com você de uma vez por todas! (ela sai do quarto)


MIGUEL (sussurra) – Eu que vou acabar com você maldita!


ANOITECE...

PEDRA ROSA/ CASA HILDA


ESPETO – E ai mãe como foi lá as paradas do médico? Tá firmeza?


HILDA – Tá firmeza meu filho, ele disse que estou ótima que tenho uma saúde de moça! (sorriso preocupado)


ESPETO (desconfiado) – Nossa o médico te da essas ideias e você com essa cara de enterro?


HILDA – Na verdade estou preocupada com Miguel que até agora não voltou, ele telefonou?


EPSETO – Não, ele deve ta dando uns rolê pela redondeza matando as saudades né, ficou lá no xilindró tanto tempo coitado.


HILDA – Verdade, mas mesmo assim já era pra ter chegado.


ESPETO – Fica sussa mãe logo Miguelito ta colando ai no nosso barraco. Bom tomar uma ducha, ta ligada que vou conhecer uma mina lá do Rio?


HILDA – Meu filho cuidado com essas moças hein!


ESPETO – Relaxa mãe, Espeto aqui só quer espetar (risada). (ele sai)


HOSPITAL/ NOITE

QUARTO MIGUEL/ O MÉDICO ENTRA


MÉDICO – Miguel você já está de alta, pode ir pra casa que o senhor já está cem por cento!


MIGUEL – E Lana? Como ela tá? Já teve alta também?


MÉDICO – Não, infelizmente o estado dela é grave e está precisando de doação de sangue.


MIGUEL – Eu posso doar doutor! Me diz o que tenho que fazer que eu faço!


MÉDICO – Calmo rapaz, não é tão simples assim, primeiramente tem que saber que tipo de sangue é o seu!


MIGUEL – O meu é B positivo doutor, serve pra ela?


MÉDICO – Infelizmente não Miguel, o sangue que Lana precisa tem que ser do tipo O negativou ou AB e são tipos raros de se encontrar.


MIGUEL (preocupado) – Mas e se não encontrarem esses tipos de sangue?


MÉDICO – Acredito que Lana não resista.


MIGUEL SE APROXIMA DO VIDRO QUE DA NO CTI E OBSERVA LANA QUE ESTÁ ENTUBADA (instrumental because of you)


MIGUEL (chora) – Meu amor você vai sair dessa, logo vão encontrar alguém com o sangue compatível ao seu! (ele desenha um coração no vidro) te amo meu amor! Fica com Deus. (ele sai)


PEDRA ROSA

HOTEL DONA VERUSKA (INSTRUMENTAL CÔMICO)

DELEGADO CLEMENCIO ENTRA NO HOTEL COM UM BUQUÊ DE ROSAS VERMELHAS


DELEGADO CLEMENCIO – Boa noite Creuza, a Dona Veruska se encontra?


CREUZA – Boa noite seu Delegado, Dona Veruska tá sim péra ai que vou chama!


CREUZA ENTRA NO QUARTO DE VERUSKA


DONA VERUSKA – Que isso criatura? Não bate mais antes de entrar? E se eu estivesse pelada?


CREUZA – Uai Dona Veruska eu ia ver o que já cansei de ver em mim! (risos)


DONA VERUSKA – O que você quer criatura?


CREUZA – O Delegado Clemencio está ai querendo ver a senhora. Tá la em baixo com um buquê de rosas lindo.


DONA VERUSKA – O que? O que será que ele quer comigo agora? Manda ele embora, diga que sai.


CREUZA – Ai não vai dar não, eu já falei que você estava aqui.


DONA VERUSKA – Ai Creuza tem horas que tenho vontade de te esganar sua anta, como diz que estou sem me perguntar? Diga que já vou!


CREUZA – Ta bom! (ela sai do quarto)


CREUZA PASSANDO PELO QUARTO DE MADAME HELÔ ESCUTA UNS BARULHOS ESTRANHOS, ELA PARA E OLHA PELA FECHADURA DA PORTA E VÊ MADAME HELÔ FAZENDO UMA DANÇA ESTRANHA (instrumental cômico)


CREUZA – Que isso meu pai? A mulher parece que tá encarnado a pomba gira! Eu hein.


MADAME HELÔ ABRE A PORTA COM TUDO


MADAME HELÔ – Algum problema chica?


CREUZA (sem graça) – Chica? Não senhora meu nome é Creuza!


MADAME HELÔ – Tu és buerra? Chica és moça, más me digas o que fazeres aqui em mi portela? Estás a me vigiar chica? Pueço fazere unao trabajo pra caire seus pelos todos quieres?


CREUZA (apavorada) – Tá amarrado em nome de Jesus! (ela sai correndo)


MADAME HELÔ CAI NA RISADA, CREUZA CHEGA CORRENDO NA RECEPÇÃO FAZENDO O SINAL DA CRUZ


DELEGADO CLEMENCIO – Está tudo bem Creuza?


CREUZA (tremendo de medo) – Tá sim seu delegado, Dona Veruska já está descendo.


DONA VERUSKA CHEGA NA RECEPÇÃO


DELEGADO CLEMENCIO – Que prazer em revê-la Dona Veruska (beija a mão dela)


DONA VERUSKA – O que quer comigo senhor Delegado? Estava em meu sono da beleza quando me interrompeu, espero que seja de extrema importância!


DELEGADO CLEMENCIO – Sim é sim, (ele entrega as flores) vim lhe trazer essas rosas para alegrar sua noite, e também gostaria de convida-la para jantar comigo!


CREUZA FICA CHOCADA E CAI NA RISADA


DONA VERUSKA – Jantar com você? (vira para a câmera) Lasquei-me!


MANSÃO NEGRINI

VITÓRIA ARRUMA SEUS CABELOS, ALFREDO ENTRA NO QUARTO (instrumental suspense)


VITÓRIA – O que você quer seu pacóvio?


ALFREDO – Vitória eu acabo de saber que Lana sofreu um grave acidente e que está entre a vida e a morte em um hospital.


VITÓRIA – E o que você tem com isso? Agora vai cuidar da vida da minha filha filha?


ALFREDO – Também soube que ela está precisando de doação de sangue do tipo AB, e estou disposto a doar!


VITÓRIA (risada) – Não acredito que passou pela sua cabeça que vou deixar você doar esse seu sangue imundo para minha filha? Você é muito abusado mesmo Alfredo, ponha-se daqui pra fora agora! Já estou de saco cheio de você sabia? Se ficar me enchendo te coloco no olho da rua!


ALFREDO – Eu vou até o hospital que Lana está internada e vou doar sim, não posso deixa-la correndo risco de vida por um capricho seu Vitória!


VITÓRIA (raiva) – Como ousa me desafiar Alfredo? Um mero empregadinho me afrontando, é muita petulância sua, chega! Você está demitido!


ALFREDO – Ah estou? Tudo bem, amanhã mesmo todos saberão quem você foi no passado, e que na verdade Olavo Negrini foi enganado a vida toda, que na verdade o pai verdadeiro de Lana é o mordomo da família Negrini ou seja eu! E então Vitória vai me demitir mesmo?



FOCO EM VITÓRIA.


2º INTERVALO COMERCIAL


MANSÃO NEGRINI

CONTINUAÇÃO DA CENA ANTERIOR. VITÓRIA ENCARA ALFREDO COM ÓDIO.


VITÓRIA – Como ousa me chantagear? Perdeu o amor a sua vida medíocre?


ALFREDO – Desculpe, mas eu não tive escolha quero apenas salvar a vida da minha filha e você não está colaborando!


VITÓRIA (raiva) – Cala essa boca seu idiota! Lana é minha filha e de Olavo nunca mais repita isso entendeu? Ou não sei do que sou capaz!


ALFREDO – Estou indo agora mesmo ao hospital fazer a doação a senhorita Lana queira você ou não! Não vou arriscar a vida dela por um capricho seu Vitória! Com licença!


VITÓRIA COM RAIVA JOGA UM COPO CONTRA A PAREDE, ALEX ENTRA NO QUARTO


ALEX – Nossa o que houve aqui sogrinha? Está tudo bem?


VITÓRIA – Suma daqui Alex que hoje meu dia não tá nada bem!


ALEX – Que história é essa de Lana está internada? Por que ninguém não me disse nada?


VITÓRIA – Desculpe meu querido tive coisas mais importantes a fazer do que ficar te dando noticias de sua esposa! Ela sofreu um acidente hoje e adivinha com quem ela estava? Com o favelado!


ALEX – O que? Com quem?


VITÓRIA – Isso mesmo que você ouviu. Com o favelado! E onde você estava esse tempo todo que a deixou encontrar com ele?


ALEX – Estava trabalhando, como sempre porque é o que eu mais faço é trabalhar pra vocês ficarem na vida boa. Esse verme mal saiu da cadeia e já está atrás de minha mulher! Ele não tem amor na vida dele não? Precisamos fazer alguma coisa urgente!


VITÓRIA – Fique tranquilo que quanto a isso eu já sei o que eu fazer! E será logo, e claro vou precisar de você! Vamos tirar esse favelado de uma vez por todas de nossas vidas!


ALEX – O que pretende fazer Vitória?


VITÓRIA – Logo você ficará sabendo de tudo!


ALEX – E Lana como está? Tá bem?


VITÓRIA – Está precisando de doação de sangue, perdeu muito sangue no acidente, mas acredito que nessa altura ela já deve está recebendo o sangue que precisa e logo ficará bem!


ALEX – Preciso ir vê-la! Estou indo pra lá quer carona?


VITÓRIA – Não! Acabei de voltar de lá vou descansar um pouco!


ALEX – Tudo bem, então tchau! (ele sai)


HOSPÍTAL PÚBLICO (instrumental suspense)

ALFREDO DOA SANGUE PARA LANA QUE LOGO O RECEBE EM UMA TRANSFUSÃO E É LEVADA PARA O QUARTO. MELISSA ENTRA NO QUARTO


MELISSA (finge chorar) – Oh minha amiga o que aconteceu com você?


LANA (abre os olhos) – Melissa? (sorriso com dificuldade)


MELISSA – Calma Lana, não se esforce fique calma, você vai ficar bem!


LANA (com dificuldade) – O que aconteceu?


MELISSA – Você sofreu um acidente de carro, fez uma cirurgia e logo vai ficar bem! Agora descanse! Preciso ir agora acabei de chegar de viagem, tenho muita coisa para fazer na Campello assim que der eu volto para ver como você tá! (ela beija a testa dela) Tchau amiga fica com Deus e melhore logo! (ela sai do quarto e sussurra) Insuportável deveria ter morrido, mas nem o capeta te quer de tão entojada que você é!


MELISSA VÊ ALFREDO


MELISSA – Alfredo? O que faz aqui?


ALFREDO (sem graça) – É... Eu... (gagueja) Eu...


MELISSA – Desembucha criatura!


ALFREDO – Eu vim visitar a senhorita Lana, e ver como ela está é isso!


MELISSA (desconfiada) – Sei, bom acabei de sair do quarto dela, e ela já acordou logo estará bem! Lana é muito forte e logo ela sai do hospital se Deus quiser! (fazendo o sinal da cruz)


ALFREDO – Mesmo assim vou lá vê-la, com licença senhorita Melissa. (ele sai) Mulherzinha mais estranha!


PEDRA ROSA/HOTEL DONA VERUSKA (instrumental cômico)

RECEPÇÃO


DEL. CLEMENCIO – E então minha flor do caribe, estou esperando você me dar a resposta, aceita jantar comigo?


DONA VERUSKA – Sabe o que é Delegado, é que hoje estou com uma enxaqueca muito forte, adoraria ir com você mas hoje realmente não vai dar!


CREUZA – Enxaqueca Dona Veruska? Mas a senhora estava ótima até agora a pouco!


DONA VERUSKA (belisca Creuza) – Cala a boca Creuza, estava sim muito bem, mas de repente minha enxaqueca atacou! Desculpe mais uma vez seu Delegado (ela vai empurrando ele pra fora), mas hoje não vai dar mesmo preciso descansar!


MADAME HELÔ CHEGA NA RECEPÇÃO


MADAME HELÔ - Joy vejo uno grand amor entre los dois chicos! Si los dois tienes uma grand pasíon uno pelo outro!


CREUZA – Eu hein olha senti um arrepio aqui! A senhora é vidente mesmo daquelas que vê tudo o que vai acontecer?


MADAME HELÔ – Ah si, joy ver muchas cosas, estoy a ver que usted és una anta.


CREUZA (impressionada) – Nossa uma anta? Será que você está vendo meu passado ao invés de meu futuro?


DONA VERUSKA – O que estão cochichando ai vocês duas?


CREUZA – Madame Helô acabou de dizer umas coisas aqui que estou arrepiada Dona Veruska, ela acaba de me dizer que sou uma anta, acho que ela está se referindo a minha vida passada ela realmente vê as coisas.


DONA VERUSKA – Ah com toda certeza isso ela acertou mesmo Creuza, e não é de sua vida passada que ela está vendo não é dessa vida mesmo!


CREUZA – Será? Aí meu Deus será que ela vai me transformar numa anta? (sai correndo)


DONA VERUSKA – Desculpe por ela Madame Helô, as vezes falta uns parafusos nela mesmo.


MADAME HELÔ – Uno grand segreto vai vir a tona, e vai mudar toda la su vida.


DONA VERUSKA (tensa) – Ihhh que palhaçada é essa? Não tem o que fazer não? Que segredo o que, não tenho segredo nenhum! A senhora precisa de alguma coisa?


MADAME HELÔ – Si, uno segreto que tu escondes virá la tona quando la piedra rosa cair de lo cielo!


DONA VERUSKA – Pedra rosa cair de cielo? A senhora é louca? A senhora estpá em pedra rosa meu amor, não vai cair nada do céu e muito menos segredo nenhum agora faz o favor de ir procurar o que fazer vai ler uma mão na praça bater um tambor na esquina, sei lá vai fazer alguma coisa!


MADAME HELÔ – Madame Helô vê, Madame Helô sabe! (ela sai)


DONA VERUSKA – Ah sabe o cacete palhaça! Eu hein fiquei toda arrepiada, ta amarrado!



3º INTERVALO COMERCIAL



CASA HILDA

MIGUEL CHEGA


HILDA (aliviada) – Meu filho onde você estava? Fiquei tão preocupada. O que são esses ferimentos no seu rosto?


MIGUEL – Calma tia Hilda, estou bem sofri um pequeno acidente mas já está tudo certo estou ótimo e morrendo de fome (risos).


HILDA – Como me diz assim com essa cara que sofreu um acidente? Vem vou preparar uma sopa pra você meu filho.


MINUTOS DEPOIS...

COZINHA/MIGUEL TERMINA DE TOMAR A SOPA


MIGUEL – Estava uma delicia tia, mas me diz como foi no médico? Mostrou o exame a ele?


HILDA (preocupada) – Sim fui, estou ótima não temos com o que nos preocupar! Vou tomar um banho que amanhã o dia é longo! Boa noite meu querido, tampe a panela fazendo favor Wanderson deve chegar do trabalho morrendo de fome e ele ama sopa.


MIGUEL – Pode deixar tia, boa noite! (ela sai) (Miguel fica desconfiado) Não sei por que, mas isso que ela me disse não me convenceu!


MANSÃO NEGRINI/ NOITE/ SALA

CONSTÂNCIA CHEGA COM O TELEFONE


CONSTÂNCIA – Telefone pra senhora dona Vitória, é a menina Julia.


VITÓRIA – Ah até que enfim essa neta desnaturada deu sinal de vida! Me dê esse telefone! Oi neta desnaturada? Esqueceu que tem família é? Sua tia Miranda está cuidando bem de você? Ah que bom, sua mãe? A sua mãe acabou de ir dormir ela teve um dia cheio hoje, mas pode deixar que falo pra ela que você finalmente ligou, tchau querida a vovó precisa desligar! (ela desliga) Constância não diga nada a ela sobre o acidente de Lana!


CONSTÂNCIA – Pode deixar Dona Vitória!


ALFREDO ENTRA NA SALA


ALFREDO – Boa noite Madame!


VITÓRIA – Onde estava até agora Alfredo?


ALFREDO – Estava no hospital doando meu sangue para ajudar minha filha!


VITÓRIA (raiva) – Já disse pra não repetir isso dentro da minha casa seu imprestável! Lana jamais poderá saber que você quem doou sangue á ela está me entendendo? Deixe-a pensar que foi um doador qualquer.


ALFREDO – Como você pode ser tão baixa? Sabendo de onde veio como pode odiar tanto os pobres?


VITÓRIA – É por saber de onde eu vim que tenho tanto desprezo de gente como você! Eu fui muito mais esperta me casei com um milionário que me deu tudo o que tenho até hoje! Já você viveu a vida inteira me servindo, nunca passou e nem passará de um pobre coitado!


ALFREDO – A senhora ainda vai engolir cada palavra de humilhação que me faz! Boa noite! (ele sai)


VITÓRIA – Volta aqui! Alfredo volte aqui! Desgraçado!


MUSICA ALGO PARECIDO – SKANK IMAGENS AÉREAS DO RIO DE JANEIRO AMANHECE... ANOITECE... AMANHECE... DIAS DEPOIS...


HOSPITAL

LANA RECEBE ALTA, ALEX CHEGA PARA LEVA-LA DE VOLTA PRA CASA


ALEX – Vamos meu amor? Finalmente você está livre desse hospital. (risos)


LANA – Não sei se é melhor ou pior do que ter que voltar pra mansão!


ALEX – Não entendi.


LANA – Esquece, vamos embora. Obrigado doutor por tudo.


MÉDICO – Agradeça a quem te doou o sangue, se não fosse essa doação você não estaria aqui. (risos) Mas o doador pediu sigilo, então não poderá agradecê-lo pessoalmente. (risos)


LANA – Que Deus o abençoe! Deixe-me ir Doutor preciso voltar ao trabalho! Mais uma vez muito obrigado!


MÉDICO – Fique bem Lana!


IMAGENS DAS AVENIDAS DO RIO DE JANEIRO

CAMPELLO/ SALA VITÓRIA

HILDA ENTRA NA SALA


VITÓRIA (ao telefone) – Ótimo então marcamos uma reunião para fechar contrato? Maravilha aguardo vocês então! Passar bem! O que você quer criatura que está ai parada na minha frente feito dois de paus? Vamos fale de uma vez!


HILDA – Desculpe senhora, o senhor Alex pediu para avisa-la que Lana já está em casa.


VITÓRIA – Que bom, ligue para ele e peça para que venha aqui imediatamente, pra ontem!


HILDA – Sim senhora! (ela sai)


VITÓRIA – É hoje que o favelado vai ter o que merece!


HILDA AVISA ALEX PELO TELEFONE E DESLIGA (INSTRUMENTAL SUSPENSE) ELA COMEÇA A PASSAR MAL E CAI NO CHÃO OUTROS FUNCIONÁRIOS A AJUDAM.


PEDRA ROSA/ CASA HILDA/ DIA


MIGUEL – Hoje vou até a casa de adoção que Joca foi levado, eles devem me informar para quem ele foi adotado!


ESPETO – Sei não hein mano, acho que os cara não vão dar com a língua nos dentes não mano, isso é dos confidencial.


MIGUEL – Preciso encontrar meu irmão, e vou até o fim do mundo pra encontra-lo!


O TELEFONE TOCA NA CASA, MIGUEL ATENDE. INSTRUMENTAL SUSPENSE)


MIGUEL (susto) – O que? Como assim? Onde ela está? Tudo bem estou indo pra lá!


ESPETO – Qual é a fita Miguel?


MIGUEL – É a tia Hilda Espeto, ela passou mal e está no hospital, vou pra lá agora!


ESPETO – Nossa mano, minha mãe! Vamos agora colar no hospital!


HOSPITAL PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO – VEMOS VÁRIAS PESSOAS DOENTES POR TODOS OS LADOS

MIGUEL E ESPETO CHEGAM E VÃO ATÉ A RECEPÇÃO


MIGUEL – Bom dia minha tia deu entrada aqui agora a pouco, tem como me informar o estado de saúde dela?


RECEPCIONISTA – Me informe o nome dela.


MIGUEL – Hilda Gonçalves.


RECEPCIONISTA – Ela ainda não foi atendida senhor, o hospital está cheio e não temos leitos suficientes ela vai ter aguardar um leito desocupar!


ESPETO – Mano olha minha mãe ali naquela maca! (ele vai até ela) Mãe o que a senhora está sentindo?


MIGUEL – Tia Hilda o que você tem?


HILDA (com dores) – Está doendo muito aqui (mostrando a barriga) ai meu Deus que dor!


HILDA COMEÇA A SANGRAR PELA BOCA.


MIGUEL (grita desesperado) – Alguém ajude minha tia está passando mal!


MÉDICOS E ENFERMEIROS CORREM ATÉ ELA E COMEÇAM A DAR OS PRIMEIROS SOCORROS (câmera lenta e instrumental triste) HILDA SOFRE UMA PARADA CARDÍACA OS APARELHOS DE SINAIS VITAIS APITAM, OS MÉDICOS COMEÇAM A FAZER MASSAGEM CARDIORRESPIRTÓRIA LOGO EM SEGUIDA DÃO CHOQUE ELÉTRICO, ESPETO E MIGUEL VEÊM TUDO DE LONGE, ESPETO GRITA DESPERADO... HILDA MORRE, MIGUEL E ESPETO SE ABRAÇAM E CHORAM.


CAMPELLO/ SALA VITÓRIA

ALEX ENTRA (instrumental suspense)


ALEX – O que quer de tão importante que me fez sair do lado de minha mulher pra vir aqui?


VITÓRIA – Sente-se Alex, vou lhe dar as coordenadas de como vamos nos livrar do favelado!


ALEX – E quando pretende colocar esse seu plano em prática?


VITÓRIA – Hoje mesmo! Hoje o favelado vai desaparecer do mapa e finalmente vai nos deixar em paz!



FOCO EM VITÓRIA



CONGELA IMAGEM







Sobe os créditos ao som instrumental tenso.



Fim de capítulo



"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"


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