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De Volta Pra Casa | Capítulo 13


Novela de Eric Carvalho Cattin

Direção Failon Teixeira

Direção de Programação Guilhardo Almeida

Direção Geral Miguel Rodrigues

Núcleo DNA Web Studio



NO CAPÍTULO ANTERIOR...




CREUZA SAI CORRENDO DA PENSÃO PRO MEIO DA PRAÇA GRITANDO, VERUSKA CORRE ATRÁS (instrumental cômico) A CAMERA VAI SUBINDO MOSTRANDO AS DUAS CORRENDO NA PRAÇA...


(começa tocar Alegria, alegria – Caetano Veloso) ENQUANTO A CAMERA SE DISTÂNCIA, A PEQUENA PEDRA ROSA COMEÇA A CRESCER VEMOS CASAS E PREDIOS SE ERGUEREM AO REDOR DA PEQUENA PRAÇA CENTRAL – CORTA PARA LANA PASSANDO A MÃO NA BARRIGA (a câmera passa em volta de Lana) MOSTRANDO A BARRIGA CRECENDO, EM SEGUIDA VEMOS LANA CORRENDO COM UMA CRIANÇA DE MÃOS DADAS – CORTA PARA MIGUEL NO PÁTIO DO PRESÍDO LIMPANDO O CHÃO...


11 ANOS DEPOIS... (2013)

VOLTAMOS PARA DONA VERUSKA E CREUZA CORRENDO NA PRAÇA


DONA VERUSKA – Vai logo lerdeza, temos que pegar um bom lugar para ver o prefeito de perto!


CREUZA – Calma dona Veruska já vi um lugar bom ali ô!


PREFEITO GENIVALDO FERRÃO CHEGA NO PALANQUE ACOMPANHADO DE SUA ESPOSA ALZIRA E SEU FILHO GABRIEL (instrumental cômico).


GENIVALDO – Meus caros habitantes de Pedra Rosa, é com imenso prazer que que eu Genivaldo Ferrão o primeiro prefeito de Pedra Rosa venho inaugurar a nossa praça central com o nome de nossa saudosa Conceição da Silva Pereira, alguém gostaria de fazer as honras em corta o laço?


DONA VERUSKA – Eu aqui ó! (pulando acenando)


GENIVALDO – Dona Veruska? Muito bem vem aqui cortar a fita e inaugurar nossa praça central!


ALZIRA – Valdinho não gosto dessa mulher... homem ai sei lá o que essa pessoa é! Eu não vou com a cara dela.


GENIVALDO (sem graça) – Não me chame de Valdinho em publico Alzira, sabe que não gosto! Dona Veruska é gente boa fica tranquila!


DONA VERUSKA SOBE NO PALANQUE, E AO SUBIR TROPESSA E CAI EM CIMA DE ALZIRA, E TENTANTO SE SEGURAR ACABA RASGANDO TODA A ROUPA DE ALZIRA QUE FICA NUA EM PRAÇA PUBLICA! TODOS FICAM PASMOS E COMEÇAM A RIR, DONA VERUSKA FICA SEM GRAÇA.


PENITENCIÁRIA (som Alegria, Alegria – Caetano Veloso)

OS PORTÕES DA PENITENCIÁRIA SE ABREM, E MIGUEL SAI... HILDA E ESPETO CORREM PARA ABRAÇA-LO, ELES SE ABRAÇAM EMOCIONADOS...


MIGUEL – Finalmente livre!


FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO TREZE...



MIGUEL (olhando para os lados) – Cadê Joca? Ele ta na escola?


HILDA E ESPETO SE OLHAM E ABAIXAM A CABEÇA.


MIGUEL – Onde está meu irmão tia Hilda? Me diz por que não falam nada? Aconteceu alguma coisa com ele?


HILDA – Calma Miguel, vamos pra casa e lá nós conversamos! Vamos!


ELES ENTRAM NO TAXI E VÃO PARA PEDRA ROSA...


CONSTRUTORA CAMPELLO / SALA VITÓRIA

ALEX ENTRA (instrumental suspense)


VITÓRIA – Não bate mais na porta para entrar rapaz? Não admito que entre sem se anunciar!


ALEX – Desculpa sogrinha, mas é que precisava lhe trazer uma noticia nada agradável.


VITÓRIA – Não venha me dizer que aquele povinho Mexicano não vai mais fechar com nós a construção do condomínio?


ALEX – Não é isso, é bem pior!


VITÓRIA (nervosa) – Meu Deus fale de uma vez criatura, pare de joguinhos e desembucha logo!


ALEX – O favelado está de volta!


VITÓRIA (se levanta da cadeira) – O que? Como assim de volta?


ALEX – Isso mesmo, o favelado acaba de deixar a penitenciária, tenho minhas fontes e elas acabaram de me dar essa péssima noticia!


VITÓRIA – Como saiu? A pena dele ainda não acabou ele tem mais de um ano para cumprir ainda, fora o nosso plano de fazê-lo ficar por mais uns dez! Como ele pode sair mais cedo?


ALEX – Ele ganhou um ano de redução na sua pena por bom comportamento e por trabalhar dentro da prisão!


VITÓRIA – Vamos ter que fazer alguma coisa Alex e rápido, antes que esse favelado venha tirar satisfações comigo ou até mesmo procurar Lana, ele não pode nem sonhar que tem uma filha, tenho certeza de que ele vai vir atrás de mim, mas já sei o que fazer para me defender! Ele vai querer nunca ter saído da prisão!


ALEX – Desculpe minha sogra, mas o que pretende fazer?


VITÓRIA – Vamos eliminar de vez esse verme de nossas vidas! Vamos sumir com o favelado da face da Terra!



PEDRA ROSA / PRAÇA CENTRAL

DONA VERUSKA SE LEVANTA DO CHÃO ENVERGONHADA, TODOS RIEM DELA E DA PRIMEIRA DAMA (instrumental comico)


ALZIRA (envergonhada) – Olha o que você fez sua louca desequilibrada! Parece que nunca viu um microfone na vida!


DONA VERUSKA – Desculpe dona Primeira Dama eu acabei tropeçando na escada.


ALZIRA – Você fez de propósito sua louca invertida!


DONA VERUSKA – Como é? Você me chamou de que?


ALZIRA – Invertida! Não é isso que você é?


DONA VERUSKA – Ahh mas agora a senhora vai ver quem é invertida aqui, eu que vou deixar você toda invertida sua primeira dama da peruas!


VERUSKA PEGA ALZIRA PELOS CABELOS E A ARRASTA ATÉ O BOLO, ONDE ENFIA A CARA DA PRIMEIRA DAMA NO BOLO (instrumental cômico)


DONA VERUSKA (limpando as mãos) – Agora você vai ficar docinha docinha, e também tem motivos para me chamar de louca, perua homofóbica.


PREFEITO GENIVALDO – Gente calma vamos parar com isso, Dona Veruska desça do palanque por gentileza!


DONA VERUSKA – Não vou descer! Vim até aqui para corta a faixa vermelha, e vou corta a faixa vermelha, aliás cadê ela?


PREFEITO GENIVALDO – A senhora já cortou caindo em cima dela. Agora desça desse palanque antes que eu chame as forças policiais para lhe retirar!


DONA VERUSKA – Vem, mais vem me tirar que eu quero ver! O senhor prefeito também está precisando adoçar a sua vida um pouco!


VERUSKA ESFREGA A OUTRA PARTE DO BOLO NO ROSTO DO PREFEITO, QUE PEGA UMA PARTE E TAMBÉM ESFREGA NO ROSTO DE VERUSKA, E BOLO VAI VOANDO PARA TODOS OS LADOS CAINDO SOBRE A POPULAÇÃO DE PEDRA ROSA, CREUZA CAI NA RISADA, ELA PEGA ESCONDIDA UM PEDAÇO DO BOLO E SAI COMENDO.


ALZIRA (raiva) – Eu vou fazer de tudo para fechar essa espelunca que você chama de hotel pra ver você sumir da minha cidade!


DONA VERUSKA – Isso é o que nós vamos ver, cheguei aqui bem antes de você sua perua despenada!


ALZIRA – Valdinho, mande prender essa louca imediatamente!


PREFEITO GENIVALDO – Senhores policiais prendam esse... essa... esse...(confuso) Ahh prendam Dona Veruska agora!


DONA VERUSKA É ALGEMADA PELOS POLICIAIS E LEVADA PARA A DELEGACIA DE PEDRA ROSA


DONA VERUSKA – Não podem me prender sou uma comerciante nata de Pedra Rosa, me soltem agora!


POLICIAL – A senhora tem o direito de permanecer calada, e será presa por baderna publica!


DONA VERUSKA – Baderna publica? Nem sabia que existia isso.


PREFEITO GENIVALDO – Se não existe eu acabo de lançar essa lei! A senhora está presa por baderna publica! Podem leva-la.


DONA VERUSKA É LEVADA PARA A VIATURA, TODOS FICAM OLHANDO.


DONA VERUSKA – O que estão olhando bando de desocupados!



1º INTERVALO COMERCIAL




CASA HILDA

HILDA, MIGUEL E ESPETO ENTRA NA SALA


MIGUEL – Que bagunça naquela praça credo, isso aqui não mudou nada (risos). Então Tia estou esperando vocês me dizerem onde está meu irmão?


HILDA – O Joca foi levado pelo Conselho Tutelar, eu e nem Espeto tínhamos a guarda de Joca, e por isso ele foi levado.


MIGUEL (chora desesperado) – Mas como levaram ele Tia? Como souberam onde ele estava?


HILDA – Não sei meu querido, parece que foi uma denuncia anônima.


MIGUEL (raiva) – Foi aquele demônio, aquela desgraçada arruinou com minha vida e da minha família, primeiro eu vou atrás de Joca e depois e vou até o inferno para me vingar daquela desgraçada!


HILDA – Calma meu filho, de quem você está falando?


MIGUEL – Estou falando da mulher que acabou com minha vida e a de meu pai, Vitória Negrini.


HILDA – Vitória Negrini?


MIGUEL – Sim, conhece essa mulher?


HILDA – Ela é minha patroa Miguel!


MIGUEL – Sua patroa? Como assim? Você não disse que trabalha numa construtora?


HILDA – Exatamente meu filho, Vitória vendeu a clinica e logo em seguida reabriu uma antiga construtora que me parece que era do falecido pai dela, e já faz mais de dez anos isso.


MIGUEL – Melhor ainda, pois já sei onde encontra-la!


HILDA – Miguel deixa esse povo pra lá meu filho, se foi ela quem fez tudo isso com você então já sabe que do que essa mulher é capaz, não vai se meter em outra confusão meu filho você acabou de sair da prisão, retome sua vida esqueça o passado.


MIGUEL – Jamais vou esquecer tudo o que aquela mulher me fez passar tia, só eu sei o que eu passei naquele lugar onde eu fiquei onze anos injustamente pagando por um crime que eu não cometi. Agora eu vou atrás de meu irmão que deve está precisando de mim mais do que nunca.


HILDA – Claro, eu vou com você!


ESPETO – Até queria colar lá com vocês, mas tenho que voltar pro trampo! Vai na fé irmão que você acha seu parcinha!


MIGUEL – Valeu Espeto!


RIO DE JANEIRO / MANSÃO NEGRINI / SALA

LANA ENTRA NA SALA


LANA – Bom dia Alfredo, sabe me dizer se Julia já ligou hoje?


ALFREDO – Bom dia senhorita Lana, não a pequena Julia ainda não telefonou.


LANA – Essa viagem está me preocupando, Julia passa horas sem me ligar nem parece que lembra que tem mãe.


ALFREDO – Calma senhorita, a pequena Julia deve está estudando muito, é claro que ela lembra da senhorita, inclusive se me permite a senhorita quando era jovem fazia as mesmas coisas (risos), deixava todos aqui de cabelos em pé sem noticias.


LANA – Pior que eu sei disso, bom assim que ela telefonar peça que me ligue no meu celular porque estou indo para a construtora agora preciso resolver alguns pepinos lá, tchau Alfredo.


ALFREDO – Pode deixar senhorita, tchau bom trabalho.


IMAGENS AEREAS DO RIO DE JANEIRO – CRISTO REDENTOR – ONDAS DAS PRAIAS (ao som de Porque eu te amo – ANAVITÓRIA)

CONSTRUTORA CAMPELLO / SALA LANA

LANA OLHA PELA JANELA COM PENSAMENTO EM MIGUEL


LANA – Onde será que você está? Será que ainda está preso?


ALEX ENTRA NA SALA


ALEX – Conversando sozinha agora meu amor?


LANA – Você e essa mania de entrar sem bater hein Alex!


ALEX – Bom dia pra você também meu amor, o que você quer tanto falar comigo que veio até mais cedo pra empresa hoje?


LANA – Eu vim para dizer que a partir de hoje eu quero tomar a frente de toda a administração da Campello!


ALEX (surpreso) – Como é?


LANA – Isso mesmo que você ouviu Alex, eu quero tomar a frente de tudo, já está mais do que na hora deu exercer aquilo que me formei a anos.


ALEX (preocupado) – Mas meu bem você não precisa trabalhar eu e sua mãe nos damos conta de tudo por aqui, sempre foi assim já faz mais de dez anos que está tudo indo a mil maravilhas.


LANA – Eu sei disso, mas quero trabalhar mais cansei de ficar em casa apenas estudando, agora quero entrar de cabeça na Campello e pra isso preciso dos relatórios de todos os anos da Campello, peça para que Hilda traga pra mim ainda hoje.


ALEX – A Hilda ainda não chegou, mas assim que chegar eu peço isso a ela, já que faz tanta questão disso.


LANA – Muito obrigado meu querido.


ALEX (beijando o pescoço dela) – Amanhã é nosso aniversário de casamento, vamos fazer uma pequena viagem para comemorar o que acha?


LANA (se esquiva) – Não estou com cabeça pra isso Alex estou preocupada com Julia lá nos Estados Unidos, enquanto ela não voltar não vou ficar bem, e espero que respeite isso!


ALEX – Você está cada vez mais distante.


LANA – Lembre-se que casamos não por amor, e sim para que Julia tivesse um pai o que você concordou logo de cara, espero que não se esqueça disso Alex, pois sabe muito bem que não sinto e nunca senti nada por você, agora saia da minha sala que tenho coisas a fazer!


ALEX – Tudo bem como queira, com licença! (ele sai) Vadia, sempre me humilhando, mas ainda vai ter o que você merece sua cretina!



CONSELHO TUTELAR DO RIO DE JANEIRO

MIGUEL E HILDA ENTRAM


MIGUEL – Bom dia, vim buscar meu irmão Joaquim da Silva Pereira.


RECEPCIONISTA – Buscar seu irmão? Como assim senhor?


MIGUEL – Vocês foram e pegaram meu irmão na casa minha tia, e agora eu vim busca-lo de volta.


RECEPCIONISTA – Só um momento que vou procurar a ficha dele. (...) Infelizmente isso não será possível senhor.


MIGUEL – Como não? Ele é meu irmão e eu vim buscar ele para morar comigo!


RECEPCIONISTA – Desculpe, mas seu irmão foi encaminhado para uma casa de adoção e foi adotado por outra família!


MIGUEL (nervoso) – Como vocês colocam uma criança para ser adotada se ela tem família?


HILDA – Calma Miguel, não adianta você se exaltar!


RECEPCIONISTA – Como o jovem Joaquim perdeu os pais ele ficou sob sua tutela que é o irmão mais velho dele, e como consta aqui o senhor estava detido por assassinato seu irmão não tinha com quem ficar por isso o Conselho Tutelar fez a busca do jovem.


MIGUEL - Me diz onde é essa casa de adoção que vou lá agora! Essa família vai ter que devolver meu irmão, ele não é órfão!


RECEPCIONISTA - Infelizmente não posso te passar essa informação, se o senhor quiser recorrer a justiça terá que conseguir um bom advogado, eu sinto.


MIGUEL DA UM SOCO NO BALCÃO E CHORA DESESPERADO (instrumental triste) HILDA O ABRAÇA


HILDA – Vamos meu filho não temos nada mais para fazer aqui, vamos procurar um bom advogado e vamos conseguir trazer Joca de volta.


MIGUEL (chora) – Tia o Joca foi adotado por outra família, como vamos traze ele de volta? Isso tudo por causa daquela desgraçada! Mas eu vou encontrar meu irmão nem que eu tenha que ir até o fim do mundo!


HILDA – Vai encontrar sim meu querido, vamos preciso ir trabalhar já estou atrasada. (os dois vão embora)


CAMPELLO / RECEPÇÃO

HILDA CHEGA TRISTE E SENTA-SE NA CADEIRA, LANA CHEGA


LANA – Aconteceu algo Hilda está chorando?


HILDA – Desculpe dona Lana, estou com um problema muito sério na minha família, me desculpe também pelo atraso.


LANA – Sem problema, se precisar pode tirar o dia de folga.


HILDA – Não imagina, eu preciso trabalhar para ocupar a cabeça, a senhora precisa de algo?


LANA – Sim, eu preciso que me faça um relatório das finanças da Campello durante esses dez anos, faça isso o mais rápido possível por favor.


HILDA – Claro vou providenciar o mais rápido.


LANA – Obrigado Hilda, se me procurarem avise que fui ao cartório e logo volto!


HILDA – Tudo bem pode deixar!


(som Porque eu te amo – ANAVITÓRIA) LANA ENTRA NO CARRO E SEGUE PELAS RUAS DO RIO DE JANEIRO –

IMAGENS AÉREAS DA AVENIDA DE COPACABANA LANA OUVE O SOM E CANTA JUNTO...


MIGUEL DESCE DO TAXI NA AVENIDA


MIGUEL – Obrigado!


TAXIXSTA – As ordens chefe! (e sai)


MIGUEL VAI ATÉ A PRAIA E FICA OLHANDO PARA O MAR


LANA ESTACIONA O CARRO E DESCE OLHANDO PARA A PRAIA, ELA COLOCA OS DOCUMENTOS NO BANCO DO CARRO E VAI PARA A PRAIA, ONDE CAMINHA OLHANDO PARA O MAR... MIGUEL SEGUE CAMINHANDO E OS DOIS ACABAM SE ESBARRANDO. (instrumental Because of you)


MIGUEL – Lana?


LANA – Miguel?



FOCO EM LANA.


2º INTERVALO COMERCIAL

PRAIA/DIA

CONTINUAÇÃO DA CENA ANTERIOR. MIGUEL E LANA SE OLHAM SURPRESOS.

(instrumental Because of You)


MIGUEL (surpreso) – Nossa como está mudada! Mais linda ainda!


LANA – Obrigada, e você também está mais bonito... Bom preciso ir!


MIGUEL (a segura pelo braço) – Espere Lana, vamos tomar um suco, conversar sei lá faz tantos anos que não nos vemos.


LANA – Desculpe, mas não tenho nada para falar com o assassino do meu pai me solte, por favor se não eu grito!


MIGUEL – Por favor meu amor, vamos tomar um suco comigo? Eu prometo que será rápido, sinto tanta saudades de você, aceita por favor?


LANA (comovida) – Tudo bem, um suco rápido porque tenho muito trabalho.


MIGUEL (animado) – Muito obrigado meu amor!


LANA – Por favor, Miguel não me chame de meu amor, me chame de Lana.


MIGUEL – Como quiser! Vamos?


MIGUEL E LANA VÃO PARA UMA LANCHONETE PRÓXIMA E SENTAM-SE NA MESA ONDE PEDEM DOIS COPOS DE SUCO.


MIGUEL – Senti tanta sua falta Lana.


LANA – Miguel por favor não comece, viemos apenas para tomar um suco!


MIGUEL – Eu sei mas você precisa acreditar em mim, eu sou inocente meu amor jamais eu teria coragem de cometer um crime, ainda mais contra o pai da mulher que eu amo isso não faz o menos sentido Lana.


LANA (se levanta) – Se foi pra isso que quis vir aqui eu vou embora!


MIGUEL (se levanta) – Não foi pra isso que te chamei aqui não! Foi pra isso... (ele a puxa e a beija) (começa a tocar “Porque eu te amo – ANAVITÓRIA)


LANA TENTA RESISTIR AO BEIJO APAIXONADO DE MIGUEL, MAS ACABA SEDENDO E OS DOIS SE BEIJAM APAXONADOS... CORTA PARA CAMA DO MOTEL QUERO MAIS, MIGUEL RETIRA LENTAMENTE AS ROUPAS DE LANA, QUE EM SEGUIDA RETIRA AS ROUPAS DELE ONDE SE ENTREGAM A PAIXÃO E FAZEM AMOR.


PEDRA ROSA/DIA

DELEGACIA MUNICIPAL – DONA VERUSKA É LEVADA PARA A SALA DO DELEGADO (instrumental cômico)


DELEGADO CLEMENCIO – A senhora mais uma vez envolvida em um escândalo hein Dona Veruska! Dessa vez a senhora passou dos limites, desacatou nosso prefeito e nossa primeira dama!


DONA VERUSKA – Olha aqui senhor delegado Clemencio, eu não fiz nada, foi aquela perua manca que me provocou, não tenho sangue de barata!


DELEGADO CLEMENCIO (passando a mão nas mãos dela) – Terei que prender a senhora, mas podemos fazer um acordo se é que me entende.


DONA VERUSKA (retira a mão) – O senhor delegado está achando que eu sou uma prevaricada? Tire essas mãos imundas de cima das minhas lindas mãos, e senhor que ousa toca-las novamente que meto um processo por assédio, e vamos ver quem vai parar atrás das grades! Eu hein palhaço! (arrumando os cabelos) Vou sair por essa porta aqui, e não quero ninguém atrás de mim entendeu senhor delegado?


DELEGADO CLEMENCIO (medo) – Sim, senhora pode indo, está tudo certo! Sargento deixe-a ir! Passar bem Dona Veruska!


DONA VERUSKA – Gosto assim de pessoas de fácil entendimento! Com licença! (ela sai da delegacia)


DELEGADO CLEMENCIO – Que mulher é essa? Adoro essas mulheres bravas com atitude! (o sargento fica olhando) Tá olhando o que? Não tem nada pra fazer não? Some daqui! (ele coloca as pernas sob a mesa e sorri)


DONA VERUSKA CHEGA CORRENDO NO HOTEL


CREUZA – Credo Dona Veruska parece que viu um fantasma.


DONA VERUSKA – Tô vendo um agora na minha frente! Cuida da sua vida serviçal abusada!


CREUZA – Credo só estava preocupada, olha tem uma tal de Madame Helô que está chegando para se hospedar!


DONA VERUSKA – E eu com isso Creuza? Quem é a recepcionista aqui?


CREUZA – Eu!


DONA VERUSKA – Pois então se vire!


CREUZA – Credo que mau humor! Só achei que quisesse saber de novos hospedes, e olha acho que essa é bem diferente dos outros hospedes!


DONA VERUSKA – Creuza cala a boca! (ela sai)


CASA HILDA

HILDA E ESPETO CONVERSA NA SALA


HILDA (preocupada) – Estou com medo do que Miguel possa fazer contra aquela família meu filho, vejo muito ódio nos olhos dele ainda mais depois de Joca ter sido levado pelo conselho tutelar.


ESPETO – Não sei não mãe, o Miguelito é tão suave que não acho que ele vá se meter em treta de novo por causa dessa gente não, ele vai focar no rastreio do moleque Joca.


HILDA – Sei não Wanderson, estou muito preocupada!


ESPETO – A senhora tinha que está queimando os cocos ai é com as paradas lá dos exames que cê fez minha véia. Já colou lá nos médico?


HILDA – Meu filho chega a doer os ouvidos essas gírias que você usa, está marcado pra hoje, depois de quase dois anos marcado essa consulta, sabe como é os atendimentos em hospitais públicos né meu filho.


ESPETO – Se sei... Vou vazar pro trampo, quando chegar quero saber dos papo aí com os médico! Tchau minha véia! (ele beija a mãe e sai)


HILDA – Tchau meu filho! Vai com Deus!


HILDA PEGA O EXAME DENTRO DA GAVETA DO ARMÁRIO E RESPIRA FUNDO. (instrumental triste)


HILDA – Só espero que não seja o que estou pensando! (ela sai e vai para o médico)


MANSÃO NEGRINI

QUARTO ALEX – ALEX FALA AO TELEFONE COM MELISSA

(som de “Sympathy for the devil”)


ALEX – Você não vai voltar mais não garota? Ou estou precisando de assistência sexual!


MELISSA (ao telefone) – Calma ai meu cachorrão estou chegando pra te satisfazer e me satisfazer também, porque aqui nesse fim de mundo chamado São Paulo eu não tô pegando nem gripe.


ALEX (ao telefone) – Te arrebento se pegar outro homem! Você é só minha! Entendeu SÓ... M.I.. NHAAA..


MELISSA – Iiiii a sonsa da Lana não tá dando a assistência necessária?


ALEX – Hahaha engraçadinha, sabe que essa vadia nunca nem chegou perto de mim! Tenho que suporta-la por causa de nossa insistência em por a mão na fortuna desse povo insuportável.


ALFREDO OUVE ATRÁS DA PORTA E FICA CHOCADO



3º INTERVALO COMERCIAL



ALFREDO – Sabia que esse Alex não era flor que se cheire! Preciso fazer alguma coisa para ajudar minha Lana!


CONSTÂNCIA – Falando sozinho de novo Alfredo? Ou ouvindo atrás da porta?


ALFREDO TAPA A BOCA DE CONSTÂNCIA E A LEVA PARA LONGE


ALFREDO – Ficou louca Constância? Se o Dr. Alex nos pega ali não ia sobrar nem um fio de cabelo nosso pra contar história!


CONSTÂNCIA – Você ainda vai acabar se dando mal com essa mania de ficar ouvindo tudo atrás das portas!


ALFREDO – Seu te contasse tudo o que escuto aqui, você jamais iria acreditar!


CONTÂNCIA – Acha que eu não escuto as coisas aqui? Já escutei muita coisa, mas me faço de cega, surda e muda para manter meu ganha pão!


VITÓRIA ENTRA NA COZINHA


VITÓRIA – Não sabia que eu pagava a criadagem para ficarem de papo na cozinha! Não tem o que fazer Alfredo? Virou cozinheiro agora?


ALFREDO – Desculpe Mandame, já estava de saída para buscar as roupas da mandame no alfaiate, com licença!


VITÓRIA – E você Constância? Não tem nada pra cozinhar? Ou vai esperar o meu almoço ficar pronto sozinho? Pelo amor de Deus parece que cada ano que passa está ficando mais lerda, claro né está parecendo uma múmia de tão velha, as vezes me pergunto por que ainda não te coloquei no olho da rua. É que sou tão generosa as vezes que tenho raiva de mim mesma! (ironia)


CONSTÂNCIA (triste) – Desculpe senhora!


VITÓRIA – E nem adianta fazer essa cara de cachorro que caiu da mudança que não me comove! Trata de fazer seus afazeres se não te coloco no olho da rua, e depois irá morrer de fome, porque ninguém mais irá contratar uma velha gagá como você minha querida! (ela sai)


CONTÂNCIA CAI EM PRANTOS!


ALEX ABRE O COFRE ATRÁS DO QUADRO DE LANA E COMEÇA A COLOCAR VARIOS MONTANTES DE DINHEIRO EM UMA BOLSA. (instrumental armação) ELE FECHA O COFRE E SAI DO QUARTO.

ALFREDO SAI DE TRÁS DA PORTA


ALFREDO – Preciso fazer alguma coisa, alguém precisa saber da pessoa canalha que vive nesta casa! E vou fazer isso! Se ele quiser extorquir Vitória tudo bem, mas minha Laninha não! Isso eu não admito!


HOSPITAL PÚBLICO

HILDA É CHAMADA NA SALA PARA CONSULTA APÓS QUATRO HORAS DE ESPERA. (instrumental tenso triste)


HILDA – Boa tarde Doutor!


MÉDICO – Sente-se, e me diga o que está sentindo?


HILDA – Agora nada Doutor.


MÉDICO – A senhora vem aqui e não está sentindo nada?


HILDA – É que vim trazer uns exames para o senhor ver o resultado.


MÉDICO – Certo, me dê aqui!


HILDA ENTREGA OS EXAMES, O MÉDICO ABRE E OBSERVA RÁPIDAMENTE.


HILDA – E então doutor? O que eu tenho? É grave, olha pode me falar a verdade sou forte, estou preparada para qualquer coisa!


MÉDICO – A senhora pode ficar quieta por favor, se não eu não vou conseguir te dar o resultado!


HILDA – Desculpe! É que estou preocupada sabe, tenho minha família, são dois meninos lindos o senhor precisa ver.


MÉDICO – Olha aqui dona Hilda, não sou psicólogo então me poupe de suas histórias familiares, eu olhei aqui que a senhora fez todos os exames necessários para chegar ao diagnóstico preciso.


HILDA – Sim fiz vários exames, mas nenhum médico me disse nem sequer o que suspeitam que seja! Olha doutor passei quase dois anos atrás de uma vaga... (interrompida)


MÉDICO – A senhora está com câncer!


HILDA FICA PARALIZADA (instrumental triste)


HILDA – Como disse? Não entendi direito doutor?


MÉDICO – É isso mesmo a senhora está com câncer maligno na região do fígado, e pelo que consta aqui está num estágio bem avançado, o que não tem muito a ser feito, podemos começar imediatamente com a quimioterapia, porém isso irá prolongar a vida da senhora em mais ou menos uns seis meses, e lhe causará grandes desgaste físico e mental. Com a quimioterapia a senhora ficará um pouco debilitada e começará a perder os cabelos e lhe asseguro um tempo de vida em torno de seis meses.


HILDA (lagrimas caem dos olhos) – O senhor está me dizendo que tenho um câncer no fígado em estado terminal com toda essa frieza?


MÉDICO – Desculpe minha senhora, mas tenho que ser realista, não tenho tempo para rodeios, tenho mais pacientes para atender. Agora fica ao seu critério fazer ou não a quimioterapia.


HILDA SE LEVANTA PEGA OS EXAMES DAS MÃOS DO MÉDICO E SAI BATENDO A PORTA.


MÉDICO – Próximo? (outra mulher entra no consultório)


(instrumental triste) IMAGENS DAS ONDAS DA PRIAS (câmera lenta) HILDA SENTA-SE NA AREIA E FICA OLHANDO PARA O MAR (palavras do médico na cabeça) LAGRIMAS CAEM DE SEUS OLHOS


MOTEL QUERO MAIS

LANA E MIGUEL ABRAÇADOS NA CAMA


MIGUEL – Como eu sonhei com esse momento meu amor!


LANA – Isso não poderia ter acontecido Miguel, imagine se alguém fica sabendo? Além de adultera eu iria sair como louca por deitar com o assassino do meu pai.


MIGUEL (se levanta) – Adultera? Como assim? Você está casada Lana?


LANA (sem graça) – Sim, estou casada com o Alex!


MIGUEL – Alex? Aquele playboyzinho que vivia no seu pé, que eu flagrei vocês dois na cama?


LANA – Esse mesmo, mas você sabe que a parte de pegar nós na cama foi armação de minha mãe e dele né!


MIGUEL (decepcionado) – Mesmo você com toda aquela raiva de mim, eu jamais imaginaria que fosse capaz de se casar com outro homem, eu tinha esperança de um dia você acreditar em mim e reatarmos.


LANA – Miguel eu toquei minha vida, e tem muita coisa que você não sabe, então por favor, não venha querer me julgar, e outra depois de tudo das provas e de seu julgamento que lhe provou culpado eu jamais vou acreditar que você seja inocente! O que aconteceu aqui foi um erro e que jamais acontecerá novamente! Alias preciso voltar para a Campello agora! Você vai ficar aí?


MIGUEL – Como você mudou Lana, se tornou uma mulher fria sem sentimentos! Trata nosso amor como se não tivesse existido!


LANA – Eu enterrei o amor que u sentia por você junto com o meu pai aquela menininha ingênua que você conheceu não existe mais! Você vai ficar? Estou indo!


MIGUEL – Eu vou também, se você soubesse da metade do que sua mãe já fez pra mim, você jamais me trataria com tanta frieza, e veria quem é o inimigo de verdade!


LANA – Tchau Miguel!


MIGUEL – Pode me dar uma carona até Pedra Rosa?


LANA – Não sei, estou atrasada pegue um taxi é melhor! Não quero que ninguém nos veja junto.


MIGUEL – Por favor Lana, a última coisa que te peço, é caminho de seu trabalho.


LANA – Tudo bem vamos, mas te deixo bem antes de chegar em Pedra Rosa.



OS DOIS ENTRAM NO CARRO E SAEM DO MOTEL... COMEÇA A CHOVER

LANA DIRIGE DISCUTINDO COM MIGUEL (instrumental suspense/tenso)


LANA – Eu queria ver se fosse ao contrário Miguel, se eu tivesse sido a culpada pela morte de sua mãe se você iria ficar do meu lado ou não! Tenho certeza de que pensaria da mesma forma que eu!


MIGUEL – Não tem nada a ver uma coisa com a outra, aliás tem sim! Tenho certeza de que minha mãe foi assassinada pela mesma pessoa que matou seu pai.


LANA (irônica) – Ah é? E quem seria esse serial killer de sua mente fabulosa?


MIGUEL – Sua mãe! Ela matou minha mãe e matou seu pai!


LANA (cai na risada) – Como você é ridículo Miguel! Acha que minha mãe mataria meu pai?


UM CAMINHÃO SAI FORA DA PISTA E VAI PRA CIMA DO CARRO DELES


MIGUEL (grita) – Cuidadoooo...


LANA DESVIA DO CAMINHÃO E O CARRO BATE EM OUTRO CARRO E CAPOTA VÁRIAS VEZES ATÉ PARAR.




FOCO NO CARRO




CONGELA IMAGEM






Sobe os créditos ao som instrumental tenso.



Fim de capítulo



"esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade"

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