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Seguindo em Frente - Capítulo 30 +14
Cena 01 - Shopping - Noite - Ao som de Otto Dimas - Eduardo Queiróz
Samuca olha para o rosto daquela linda mulher de cabelos escuros, com um sorriso no rosto, enquanto tenta identificar quem é.
Ellen: Desculpe, você não deve estar se lembrando. Também, só nos vimos uma vez, pelos menos pessoalmente.
Samuca: Você é aquela moça... Que eu vi no cemitério. Ellen, não é ?
Ellen: Já estava ficando constrangida, rs.
Samuca: Sim. Eu me lembro de você. O que você quer ?
Ellen: Cheguei a poucos dias ao Brasil e que coincidência hein, esbarrar com você aqui. Só vim mesmo falar um oi.
Marina e Ellen se encaram.
Samuca: Essa é Marina, uma grande amiga.
Ellen rapidamente examina Marina discretamente dos pés a cabeça, estendendo sua mão.
Marina: Prazer.
Ellen: Igualmente. Nos conhecemos numa situação não muito boa, mas agora estou de volta ao Brasil, pra ficar mesmo. Gostaria de lhe encontrar mais vezes.
Samuca: A gente se encontra por aí. Marina, a Ellen era uma grande amiga do Bruno. Você não a conhecia também ?
Ellen: Com certeza eu lembraria.
Marina: Realmente, nunca nos vimos antes. Bom, não quero ser chata, mas você tem um compromisso. O Vicente te espera!
Ellen: Fiquem a vontade. Espero poder conversar mais com você, podemos marcar um café, algo assim.
Samuca: Claro.
Ellen escreve seu número em um papel e o dá para Samuca, que guarda em seu bolso.
Eles se despedem e Samuca sente uma sensação estranha.
Samuca: Eu não sei o que dizer. Foi como se eu voltasse aquele dia. Nos conhecemos no cemitério, em uma vez que eu tava visitando o túmulo do Bruno.
Marina: Sei... Ela é muito é da estranha, isso sim!
Os dois caminham até a porta do shopping, indo embora.
Ellen fica os observando de longe.
Ellen: Não pode ser, é impossível que o Samuca ainda não saiba...
Ela pega seu celular e faz uma ligação.
Ellen: Alô ? É da loja do Seu Antônio ? Ele está ?
Cena 02 - Casa de Marina - Cozinha - Noite
Meio abatida, Sol serve a comida.
João faz seu prato em silêncio, acompanhado de Marina.
Até que o patriarca quebra o silêncio.
João: Comprei cortinas novas. O Viriato vai ir retirar amanhã. São ainda mais bonitas que as antigas que foram queimadas!
Marina: Aposto que são muito bonitas. Você tem muito bom gosto, pai.
Os dois olham discretamente para Sol, que se mantém em silêncio e de cabeça baixa enquanto faz seu prato.
Sol: Não precisam fingir que está tudo bem... Porque não está. Eu sei que vocês acham que eu estou ficando louca.
Marina: Mãe...
Sol: Talvez eu deva estar mesmo. As vezes até eu mesmo duvido. Isso nunca tinha acontecido antes, eu quase coloquei fogo na casa!
João: Não se culpe. Isso é mais comum do que você imagina, eu já te disse! Vem, cá, eu vou cuidar de você. Igual quando éramos jovens! - Diz, a puxando para um abraço.
Sol tenta conter o choro.
Marina: Bobos. Vocês são jovens!
João: Agora vamos comer que está esfriando. E o cheiro tá bom, hein!
Sol: Eu fiz uma comidinha simples hoje. Mas foi com amor! Strogonoff de frango, como vocês tanto gostam! - Diz, um pouco mais animada após receber o apoio de sua família.
João: Hum, tá uma delícia. Se vocês ficarem moscando, eu vou comer é tudo! - Brinca, enquanto saboreia a comida de sua esposa.
Sol o observa se alimentando, orgulhosa.
Marina olha para o prato e remexe com o garfo.
Sol: E você, filha ? Não vai comer ?
Marina continua olhando para a comida, até que ela se levanta rápido e sai correndo para o banheiro.
João se levanta, preocupado.
João: Filha ?
Sol: Eu vou atrás dela! - Fala, se levantando e correndo atrás.
Ao chegar na suíte de sua filha, se depara com ela sentada ao lado do vaso, pálida.
Marina: Joga aquilo fora. Aquele cheiro... Horrível! - Diz, com dificuldade.
Sol se abaixa até ela.
Sol: Minha filha. Não é de hoje que eu te noto meio estranha. Você não está grávida ?
Marina: Impossível. Eu e o Luan estamos há um tempo sem fazer nada... E eu nunca deixo a injeção faltar!
Sol: Ai, minha filha. Eu fico tão preocupada. Você tem que ver o que é isso pra ontem! - Aconselha, pegando na mão dela, que está fria.
Cena 03 - Apê de Vicente - Noite - Ao som de Dimas Operando - Eduardo Queiroz
Samuca vai o mais rápido que pode pra casa. Dessa vez não teria surpresa e nem imprevisto que o faça ficar calado. Ele chega ao prédio e vê o carro de Vicente já na garagem.
Samuca: Meu amor, eu tô chegando. Isso enfim vai acabar!
Vicente permanece imóvel, sentado no sofá e de cabeça baixa.
Samuca entra, sorrindo, mas logo vai desfazendo seu sorriso ao ver aquela foto jogada no chão.
Ele fica paralisado por alguns segundos, até que se ajoelha e pega aquela foto.
Samuca: Vicente!
Vicente permanece de cabeça baixa.
Agoniado, Samuca se aproxima dele, vendo em cima da mesa sua pasta, com as recordações que guardava de Bruno.
Samuca: Vicente, a gente precisa conversar. Eu tenho que lhe explicar... Tenho que te contar...
Ainda sentado, Vicente olha para Samuca, com os olhos muito vermelhos e inchados, provavelmente de tanto chorar.
Vicente: Você quer conversar ? Não acha que é um pouco tarde pra isso ?
Samuca: Não é nada disso do que você está pensando! - Argumenta, se sentando do lado dele. Vicente se levanta na mesma hora, se afastando.
Vicente: Até quando você pretendia me enganar ? Até quando ia me fazer de trouxa?
Samuca: Por favor... Eu ia te contar, mas...
Vicente: Para, para de se desculpar. Você sempre faz isso! Sempre apronta todas e acha que pode resolver tudo apenas com um pedido de desculpas!
Samuca: O que você viu dentro da pasta eu...
Vicente: Pode ficar tranqüilo, nem abri essa sua pasta e nem será preciso, já posso imaginar o que tem aí dentro. Acho que essa foto na sua mão já diz tudo.
Ao som de Amores Distantes - Rodolpho Rebuzzi e André Sperling
Dando murros no próprio peito, Vicente começa a chorar, falando com muita raiva.
Vicente: É isso aqui que você queria não é ? - Esbraveja, batendo com a mão fechada no peito, na altura do seu coração.
Samuca começa a chorar.
Samuca: Não, para de falar assim... - Diz, tentando tocá-lo, mas ele se afasta.
Vicente: Eu só sou uma casca pra você não é ? Só sirvo pra guardar essa porcaria dentro do meu peito.
Samuca: Não, eu te amo meu amor.
Vicente: Não. O que você ama é o coração dele. E se eu pudesse eu arrancava esse coração agora mesmo do meu peito.
Samuca: Eu te amo Vicente, como você pode duvidar do meu amor ?
Vicente: Você mentiu pra mim, Samuca. O que você pretendia com isso ? Você achou que eu nunca iria descobrir ? Há quanto tempo você sabe disso, hein ? Você só ficou comigo porque eu tenho um pedaço dele ? É isso ? Já se aproximou de mim com essa intenção ?
Samuca: Claro que não, isso só fez com que eu te ame mais ainda.
Samuca tenta ser sincero, mas suas palavras têm outro significado para Vicente.
Vicente: Me ama mais por causa disso ? Então se não fosse isso, seu amor seria menor ?
Samuca: Não, Vicente. Você está confundindo tudo. Eu só fiquei sabendo disso nesse final de semana e tentei contar pra você várias vezes, mas a cada hora tinha uma coisa diferente que me impedia. Mas pra mim isso não muda nada, isso só prova que nada iria acabar com nosso amor, nem mesmo aquele acidente.
Extremamente nervoso e sem perceber, Samuca dá um tiro em seu próprio pé ao se referir a Vicente como se fosse Bruno.
Vicente: EU NÃO SOU O BRUNO! EU SOU VICENTE! E eu juro que minha vontade era de nunca ter recebido esse coração.
Samuca: Para, por favor. Você está me deixando confuso.
Vicente: Pra mim não dá mais, fica difícil demais competir com um morto.
Samuca segura Vicente pelos braços, já totalmente descontrolado, falando em meio ao choro.
Samuca: Eu te amo, eu te conheci sem saber de nada disso e me apaixonei por você. Você tem que acreditar em mim.
Samuca fica pensativo pro alguns segundos.
Samuca: Já sei, mas é claro. Foi aquele velho safado do Antônio que está fazendo sua cabeça, não é ? Ele me odeia, ele nunca gostou de mim. Mas ele vai me pagar!
Vicente: Não fale do meu tio, ele é um santo!
Samuca sorri.
Samuca: Santo! Hanram. Acredite em mim, por favor.
Vicente: Ok. Já que vai ser assim, vamos lá. Seja sincero comigo.
Samuca: Claro que eu vou ser.
Vicente: Se você tivesse que escolher entre o Bruno se salvando, ou eu recebendo o coração dele, qual de nós dois você salvaria ?
Samuca engole a seco, sentindo um porrada na boca do seu estômago.
Vicente: RESPONDE! - Grita na cara de Samuca, esperando um resposta.
Samuca: Isso é cruel demais.
Vicente: Responde. - Diz, começando a chorar.
Samuca: Não me obrigue a ter que escolher.
Vicente: Não precisa Samuca. Eu já estou vendo a resposta nos seus olhos. Você só amou uma pessoa na sua vida. E essa pessoa foi o Bruno. Eu fui apenas o prêmio de consolação pra você não é ? O substituto.
Samuca: Eu te amo. O que você quer que eu faça pra você acreditar ?
Vicente limpa as lágrimas, olhando nos olhos do seu namorado.
Vicente: Só queria ser amado, que você me amasse tanto quanto o amou. - Responde. Antes de desabar de vez no choro, Vicente sai daquele apartamento, não dando mais chances de Samuca falar.
Cena 04 - Rua - Noite - Ao som de Não sei Dançar - Marina Lima
Guiou sem rumo pelas ruas da cidade, Vicente para o carro, não agüentando mais. Ele começa a esfregar as mãos em seu peito e pela primeira vez deixa de ter orgulho por ter recebido aquele coração.
Vicente: Porque ? Porque não posso ter o seu amor, Samuca ? - Diz, em meio ao choro. Ele liga o carro e vai em direção à casa de sua mãe, evitando um novo confronto com Samuca.
Cena 05 - Casa de Teresa - Sala - Noite
Teresa estranha uma visita a essa hora da noite.
Teresa: Henrique, é você ?
Ela abre a porta e se depara com Vicente, abatido.
Teresa: O que foi, filho ?
Vicente: Eu só vim passar a noite aqui, tá tudo bem.
Teresa: Mas o que aconteceu ?
Vicente: Eu tô muito cansado, amanhã conversamos. - Responde, entrando e indo para o seu antigo quarto.
Teresa: Amanhã não. Eu quero saber hoje e você sabe que eu não vou desistir. Vamos, bora contando!
Sem conseguir conter a emoção, Vicente a abraça.
Vicente: Eu descobri que o Samuca não me ama de verdade. Ele nunca gostou de mim, ele gosta é disso aqui! - Diz, batendo em seu peito.
Teresa: Ôh, meu filho. Não tire conclusões precipitadas. E jamais repita isso novamente! - Fala, apertando seu filho em seu abraço, o consolando.
Cena 06 - Ao som de Preciso me Encontrar - Cartola
Paisagens - O dia amanhece - Imagens aéreas da capital de São Paulo nos mostra mais um dia nublado e sem cor nascendo - Os carros vêm e vão - As pessoas seguem em suas rotinas
Cena 07 - Casa de Teresa - Sala - Manhã
Henrique: Eu sabia que aquele cara ia aprontar com ele.
Teresa: Fala baixo, não quero que seu irmão acorde, e não coloque mais lenha na fogueira.
Henrique: A minha vontade é de ir lá e quebrar ele todo!
Teresa: Seu irmão é bem grandinho pra resolver os problemas dele.
Henrique: Não gosto de vê-lo assim. Acho que ele já chorou nessa vida muito mais que nós dois juntos. E não entendo porque você está defendendo aquele cara!
Teresa: Eu não o defendo, apenas me coloco no lugar dele. Acho que os dois sofreram muito nessa história toda!
Vicente aparece na sala.
Vicente: Bom dia.
Teresa: Dormiu bem ?
Vicente: Acho que dormi até demais. Capotei! Bom, vou sair, tenho que ir falar com o tio Antônio.
Teresa: Não vai nem tomar um café ?
Vicente: Eu como no caminho. Ah, e mãe... Vou dormir aqui essa noite de novo.
Teresa: Claro, mas pense bem e veja se você realmente precisa dormir aqui. Não deixe a emoção falar mais alto!
Vicente fica em silêncio, pensativo, e sai.
Cena 08 - Loja de Antônio - Manhã
Vicente chega no escritório do seu tio, e têm uma surpresa logo ao entrar.
Vicente: Vitória ?
Vitória: Vicente, que surpresa. Você aqui.
Vicente: Vim falar com meu tio, você trabalha aqui ?
Heitor: Vocês se conhecem ?
Vicente: Ela é uma amiga.
Vitória: Mas quem é seu tio ?
Heitor: O tio Antônio.
Antônio aparece no escritório, abrindo um sorriso ao ver Vicente.
Antônio: Que surpresa boa meu filho, entre.
Vitória os observa de canto de olho.
Antônio, Heitor e Vicente ficam conversando, seu tio postiço não esconde a alegria de vê-lo ali.
Antônio: Largou a medicina e resolveu vir trabalhar conosco ?
Heitor: Um dia o tio ainda acaba te convencendo, Vicente.
Vicente: Acho muito difícil. Tio, na verdade vim fazer uma proposta, até já tínhamos conversado. Queria saber se está liberado de fazer minhas palestras nas suas lojas de fora ?
Antônio: Claro, quando você quiser, você tem carta branca pra fazer o que bem entender.
Heitor: Vou lá passar umas instruções pra Vitória, vai na minha sala depois, Vicente!
Vicente: Claro.
Heitor se retira.
Antônio: Você está triste ? Tá meio abatido...
Vicente: Nada demais tio, só precisando espairecer um pouco e pensei em viajar e trabalhar ao mesmo tempo.
Antônio: Quanto você precisa pra poder fazer o que você quer?
Vicente: Nada tio, sou vou falar e improvisar mesmo, não preciso de mais nada.
Antônio se aproxima do afilhado, tocando em seu ombro.
Antônio: Vicente, se acontecer qualquer coisa, conte comigo. Eu te quero muito bem, pra mim você é como se fosse da família.
Vicente: Valeu, tio.
Vicente abraça Antônio, que não esconde sua satisfação, como se tivesse abraçando um filho.
Cena 09 - Loja de Antônio - Sala de Heitor - Manhã - Ao som de Loneliness Tensa - Iuri Cunha
Vicente: Posso entrar ? Só vim dar um tchau.
Heitor: Claro. E aí, vai viajar mesmo ? Você é o único cara que viaja pra trabalhar. É isso mesmo ou aconteceu alguma coisa ?
Vicente: Nada demais, nada que eu não aguente!
Heitor: Isso está me cheirando a amor, hein...
Vicente: Não é não, é mais a falta de amor mesmo. Ah, e não sabia que a Vitória trabalhava com vocês.
Heitor: Pois é, o tio deu uma ajuda a ela, até achei que não rolaria. Ela é irmã daquele rapaz que se relacionou com o Bruno.
Vicente demonstra interesse no assunto, tentando tirar informações de Heitor, sem que ele perceba.
Heitor: Até que o tio mudou bastante, se fosse antes ele nunca daria emprego a ela, só pelo fato de ser irmã do Samuca.
Vicente: Ah é ?
Heitor: Uma coisa não da pra negar, com o pouco que convivi com ele, pude ver o quanto ele amava o Bruno. Foi difícil pra todo mundo, mas o Samuca seria capaz de dar a vida pelo meu primo. Mas daí depois de tudo aquilo, tive que tomar conta de tudo aqui sozinho e acabei perdendo contato com ele, mas acredito que esteja bem.
Ao ouvir tudo aquilo, Vicente fica ainda pior, sua vontade era de gritar e chorar, pois se sente desprezado, reforçando tudo que já está sentindo.
Heitor: Melhor mudarmos de assunto, antes que o tio Antônio nos pegue falando sobre isso.
Vicente: Claro, bom vou nessa!
Cena 10 - Apê de Vicente - Sala - Manhã
Samuca passou a noite em claro, tentando falar com Vicente diversas vezes no celular, mas só dava caixa postal. Sentado na cadeira da cozinha, ele bebe uma xícara de café, perdido em seus pensamentos. Até que ele escuta a porta se abrir.
Samuca se levanta, agitado.
Samuca: Vicente, que bom que voltou. Porque não me atendeu? Liguei pra você o dia todo, precisamos conversar!
Vicente: Não temos mais nada pra conversar, Samuca. Já falamos tudo.
Samuca: Não faz assim, eu tô muito mal. Que bolsa é essa ? Você vai embora ?
Vicente: Vim pegar minhas coisas, vou viajar.
Samuca: Viajar pra onde ? Quando você volta ?
Vicente: Não sei, volto quando tiver que voltar.
Samuca: E nós dois ?
Vicente: Será que um dia teve nós dois ? - Responde, pegando sua bolsa e colocando algumas roupas dentro. Samuca se desespera e fica falando o tempo todo com ele, tentando saber pra onde ele vai.
Samuca: Não me deixe assim, eu te amo.
Vicente pega sua mochila e vai em direção à porta. Samuca o pega pelo braço e o vira, beijando sua boca. Vicente começa a ceder a aquele beijo, mas antes que caia em tentação, o afasta.
Colocando a mão em seu pescoço, ele vai soltando aquele colar que ganhou de sua madrinha Helena, tirando aquela correntinha dourada.
Vicente: Não entendo o porquê disso ter vindo até mim, mas essa corrente não me pertence. Tome, isso é seu. - Diz, enquanto coloca na palma da mão de Samuca, aquela corrente com um coração dividido.
Vicente: Eu que sempre sobrei nessa história.
Imagem de Vicente congela em um efeito alaranjado.
Continua....
Se encerra no refrão de Another Love - Lukas Gadelha Cover
Elenco de Apoio
Dr. Gustavo
2023 - DNA
Vicente e Samuca terminaram. Que triste 😢