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SEGUINDO EM FRENTE | CAPÍTULO 01 (ESTREIA)

Atualizado: 26 de jun. de 2023


A seguir

Seguindo em Frente - Capítulo 1 +14


Cena 01 - Ponte - Noite - Ao som de música instrumental Escravidão - Eduardo Queiroz


Samuca caminha por cima de uma ponte, parando no ponto mais alto. Ele fica observando a cidade, sentindo aquele vento frio batendo em seu rosto.

Samuca se aproxima do parapeito e começa a observar os carros passando lá em baixo na pista.

Suas mãos tremem muito e suas pernas parecem estar dormentes. Suas tentativas de acalmar a profunda tristeza que sentia já haviam se esgotado.

Samuca: Você me abandonou... Você prometeu que nunca ia me abandonar. Você mentiu pra mim... Mentiroso. Mas não tem problema, eu vou ao seu encontro! - Afirma, sorrindo e fora de si.

Prestes a tomar um ato extremo, Samuca se aproxima ainda mais do parapeito e fecha os olhos. Ele cai.


Cena 02 - Praia Deserta - Fim de Tarde - Uma semana antes


Litoral de São Paulo, 2013.

Samuca está sentado na areia, olhando para o mar à sua frente. Algumas pequenas ondinhas molham de leve seus pés. Ele fecha os olhos, sentindo a brisa fria daquele fim de tarde de inverno.

Bruno chega por de trás dele, tampando seus olhos.

Bruno: Adivinha quem é ?

Samuca: Hum... Deixa eu pensar... Acho que talvez seja o amor da minha vida. Acertei ?

Bruno tira as mãos dos olhos de seu namorado, e o abraça por trás.

Bruno: Ah. Talvez, é ?

Samuca: É. Às vezes eu posso ter outros. Sabe como é né!

Bruno empurra Samuca, que dá risada.

Samuca: Besta! É claro que você é o amor da minha vida! - Diz, se virando até ele.

Bruno: Acho bom!

Samuca passa a mão de leve pelo rosto de Bruno e beija sua boca com muito amor, envolvendo seus braços em suas costas, sentindo seu corpo quente junto ao seu.

Bruno: Sabe... Eu já disse que te amo hoje ?

Samuca – Hum, sabe que eu não tô lembrado ? Acho que você vai ter que falar mais um pouco que é para que eu nunca me esqueça!

Bruno morde seus lábios, abraçando e cheirando o pescoço de Samuca, arrancando risadas de seu amado.

Bruno: Eu te amo, eu te amo, eu te amo!

Samuca: Eu já disse que faz cócegas quando você faz isso!

Bruno: Isso o que ? Dou um cheiro no seu cangote! - Diz, cheirando de novo. Samuca fica todo arrepiado, enquanto ri e tenta se afastar.

Bruno deita na areia, colocando a cabeça sobre o colo de Samuca, olhando para seu rosto, enquanto fala com ele.

Bruno: Posso saber por que o seu olhar tá tão distante hoje ?

Samuca: Nada demais. Só tô admirando o mar, pensando na vida. Em nós dois...

Bruno: Gostei dessa última parte!

Samuca sorri.

Samuca: Por mim eu ficava horas aqui. Até anoitecer, só você e eu. Me dá uma sensação de paz tão grande que cê não faz ideia!

Bruno: Eu sei como é.

Samuca: E só de pensar que tá acabando... Que em breve teremos que voltar para aquela luta diária...

Bruno: Meu amor, faça que nem eu, deixe os problemas pra lá. O que a gente prometeu ? Hein ? Que íamos curtir esse fim de semana só nós dois, sem pensar em mais nada!

Samuca: Você tá certo. É só isso que quero mesmo, curtir você, o seu corpinho e o resto que se dane!

Bruno: Então porque você não levanta essa bunda preguiçosa daí e vem me pegar. Vem que tô facim! - Provoca, se levantando e chutando areia nele.

Samuca: Bruno...

Bruno: Vai logo. Você não é de nada mesmo!

Samuca dá um pulo da areia e no mesmo instante Bruno sai correndo para o mar, sendo seguido por seu amor, que corre com toda sua velocidade. As ondas estão agitadas, e o céu aos poucos vai escurecendo.

Os dois ficam aquele restinho de tarde brincando no mar, jogando água um no outro e se empurrando, sem deixar faltar alguma ou outra mão boba, beijos e carícias.

Bruno: Já tá quase escurecendo. Se eu pudesse eu pausava esse momento e ficaria o resto da vida aqui com você.

Os dois se encaram, um de frente para o outro e quase cobertos pela água azul escura, restando apenas o nariz e os olhos de ambos para fora da água.

Samuca: Como você descobriu esse lugar ? Tá tão vazio aqui. Nem parece real!

Bruno: Nunca revelarei meus segredos! Mas uma vez eu te disse que teríamos uma praia só para nós!

Samuca: Misterioso esse meu futuro marido!

Bruno mantém um olhar misterioso e ao mesmo tempo excitante para ele.

Samuca: Tô ficando com frio.

Bruno: Deixe que eu te esquento!

Samuca: Acho que aceito a proposta!

Os dois voltam a se beijar e em seguida saem do mar, de mãos dadas rindo e planejando a noite que os aguarda.

Eles juntam suas coisas e colocam no carro, seguindo para o hotel onde estão hospedados.

No caminho de volta Samuca volta a ficar pensativo, chamando a atenção de Bruno, que segura sua mão.

Bruno: Que foi meu amor? Tá tão calado!

Samuca: Não é nada! rs. Só estava lembrando de quando a gente se conheceu.

Bruno dá um sorriso, enquanto as lembranças vêm em sua memória.

Samuca: No começo te achei meio metido. Mas hoje já não consigo viver sem você! - Revela, sorrindo, enquanto olha para seu namorado dirigindo.

Bruno: Eu metido ? E você que era mal humorado ?

Samuca: Eu sou um pouco calado no começo, ainda mais que não conhecia as pessoas que estavam contigo. Mas agora estamos aqui né, na nossa primeira lua de mel.

Bruno: A primeira de muitas.

Samuca: Às vezes fico pensando... Incrível como somos diferentes, e mesmo assim nos apaixonamos. Você, todo palhaço. Um crianção de 25 anos! E eu, mais sério e na minha!

Bruno apenas o ouve, e puxa a mão dele, dando um beijo.

Samuca: E qual a boa pra hoje a noite?

Bruno: Ah... Podemos ficar no quarto transando até amanhecer. Na cama, no fogão, no chuveiro, na pia, na mesa... Ou então ir comer em algum restaurante!

Samuca: Duas coisas que eu gosto: Comer e transar. Então vamos primeiro no restaurante e depois transarmos até amanhecer!

Bruno: Era isso que eu queria ouvir!


Cena 03 - Hotel - Suíte - Ao som de Chão de Giz - Zé Ramalho


Bruno toma banho, dançando e cantando uma música em inglês toda errada, enquanto Samuca faz a barba em frente ao espelho.

Samuca: Eu devo te amar muito mesmo viu, pra ter que aguentar uma cena dessa!

Bruno: Vem cá, lave minhas costas.

Samuca termina de se barbear e entra no box, dividindo aquele banho quente e relaxante.

Samuca passa o sabonete pelo peitoral de seu amado.

Samuca: Tá ardendo ?

Bruno: Um pouco.

Samuca: Falei pra você passar protetor!

Bruno: Vou voltar pra São Paulo com marca de sunga.

Samuca: Assim eu fico louco!

Os dois se beijam intensamente enquanto a água quente incendeia seus corpos.


Samuca está deitado com a cabeça no peito de Bruno. Bruno acaricia o cabelo de Samuca, enquanto sua outra mão está entrelaçada com a do namorado.

Bruno: Obrigado.

Samuca: Por ?

Bruno: Por estar aqui comigo.

Samuca: Porque está falando isso?

Bruno: Nem nos meus melhores sonhos, eu imaginava que eu viveria isso! Que a felicidade seria algo tão simples. Seria isso, estar assim, juntinho de você. Que me faz tão bem!

Samuca vira seu corpo, ficando em cima do peito de Bruno, olhando em seu rosto.

Samuca: Eu esperei te encontrar desde o princípio da minha vida. E valeu à pena cada segundo de espera!

Bruno: Temos a vida inteira pela frente, e ela será longa.

Samuca: Sim! E até quando não estivermos mais aqui, estaremos juntos para onde quer que a gente vá!

Os dois se beijam.

Bruno: Porque eu não consigo parar de beijar essa boca gostosa, hein ?

Samuca: Quem disse que é pra parar ?

Conforme haviam planejado, eles aproveitaram a noite indo em um restaurante com vista para o mar.

Os dois comeram, beberam, conversaram, lembrando de tudo que já passaram juntos, mas Samuca ainda se sentia angustiado e preocupado com o fim daquela viagem. A viagem de sua vida.

Samuca: Eu não quero voltar. Eu não quero ter que enfrentar tudo aquilo que sei que vamos enfrentar! - Desabafa, com os olhos vermelhos.

Bruno: Eu já te disse pra confiar em mim. Vamos superar todos os problemas juntos. Temos uma vida inteira nos esperando, e não será qualquer obstáculo que vai acabar algo tão grande quanto o nosso amor!

Samuca estica o braço sobre a mesa, unindo sua mão com a de Bruno.

Os dois se olham profundamente com ternura e afeto.

Samuca: Eu te amo.

Bruno: Eu te amo.

Eles nem se importavam com o clima romântico que acontece ali, sem se importarem com o que as pessoas das outras mesas irão pensar. Os dois vão para o hotel e namoram até o dia raiar.


Cena 04 - Paisagens do Litoral de SP - Ao som de Counting Stars - OneRepublic - O vai nascendo entre o horizonte, iluminando as águas azuis do mar.


Cena 05 - Hotel - Quarto - Manhã


Samuca: Bom dia!

Bruno acorda se espreguiçando enquanto seu amado está deitado ao seu lado o observando.

Bruno: Bom dia. O que tá olhando ?

Samuca: Só tava te vendo dormir, parece um anjinho indefeso. Tá com fome ?

Bruno: De você! - Fala, o puxando para um beijo na boca. E pra não perder o costume, te amo. Apaixonado, eles saem para aproveitar o penúltimo dia da viagem. Eles passeiam pela cidade, visitando o comércio e se misturando com os turistas, enquanto tiram muitas selfies juntos.


Cena - 06 - Mansão de Antônio - Sala - Tarde


Antônio: Então ele não está mesmo aí ? Ok. Tudo bem, obrigado, tenha um bom dia.

Helena aguarda ansiosa.

Helena: E ai ?

Antônio desliga o telefone, com um ódio mortal no olhar.

Antônio: Você ainda tinha dúvidas ? Liguei na casa de todos os amigos dele. Um por um. Falei com os pais... E ninguém ta sabendo dessa viagem de faculdade que o Bruno inventou!

Helena fica nervosa.

Helena: Calma, tem que haver uma explicação!

Antônio: Tem uma explicação sim. O seu filho está com aquele viado safado! Mas deixa... Deixa ele se divertir, que assim que eles voltarem eu vou fazer o que eu já deveria ter feito há muito tempo!

Helena se preocupa com a reação de seu marido e com o que pode acontecer com seu filho, e engole seco.


Cena 07 - Hotel - Noite


Bruno e Samuca chegam e vão direto para o banho. Eles se beijam apaixonados enquanto um tira a roupa do outro, e entram no chuveiro. Bruno morde o queixo de Samuca com os lábios e desce para o pescoço dele, dando alguns chupões de leve. Samuca sorri, arrepiado, enquanto a água cai sobre eles. Ali estava os dois, a sós, compartilhando do mais íntimo momento que um casal pode ter.


Samuca está deitado de cueca, de bruços, enquanto Bruno massageia suas costas, enquanto fala sobre a faculdade e dos planos que tem pra quando se formar.

Bruno: Quando eu for um médico bem sucedido, vou te contratar pra ser meu assistente pessoal. Assim você vai ficar sempre ao meu lado!

Samuca: A gente vai se formar no mesmo ano né... Já pensou as duas formaturas juntas ? Você médico e eu engenheiro! rs. Seria como um sonho! Estaríamos realizados profissionalmente e amorosamente também.

Bruno: Um sonho não, porque tudo isso será real!

Samuca: Ah, eu estava quase me esquecendo!

Samuca se levanta e pega algo na gaveta da cômoda.

Bruno: O que foi?

Samuca: Eu tenho uma coisinha pra ti... Pra você nunca se esquecer de mim!


Ao som de Chão de Giz - Zé Ramalho


Bruno sorri, tentando desvendar o que é.

Samuca abre uma caixinha, exibindo duas correntes com um pingente em formato de coração.

Samuca: É um coração, mas está dividido em dois.

Bruno olha, fascinado, ouvindo seu amor falar.

Samuca: São duas metades, um é meu coração e o outro é o seu. Eu fico com o seu, e você com o meu, daí quando estivermos juntos, eles se formam em um só.

Bruno: Hum, que bonito. Foi você quem inventou tudo isso ou a vendedora que te falou ?

Samuca – Pare de onda e seja romântico!

Bruno sorri: - Eu sou romântico. E gostei! É lindo.

Samuca pendura a corrente com a metade de um coração no pescoço de Bruno. Era apenas uma corrente de ouro com um pequeno e discreto pingente. Em seguida, com tudo cuidado e amor, Bruno fez o mesmo com Samuca.

Bruno: Você não existe. Sempre me surpreendendo!

Naquela noite os dois fizeram amor e depois dormiram abraçados, Bruno se aconchegou no peito de Samuca e logo adormeceu. Samuca não demorou e também caiu no sono. E assim ficaram até amanhecer.

O dia que se iniciou foi corrido, os dois arrumaram as malas, deram apenas uma volta pela praia após o almoço e pegaram a estrada até a capital de São Paulo.

Bruno: Então é isso. Tá entregue!

Samuca: Não quer entrar ?

Bruno: Melhor não. A cara que a sua mãe faz não é das melhores, ela nunca aceitou de verdade nossa relação. Apenas finge!

Samuca faz um olhar triste, pois sabe que é verdade.

Bruno: Mas o importante é que agora eu estou levando parte do seu coração comigo!

Bruno puxa a corrente de dentro da camisa, exibindo para Samuca.

Samuca dá um sorriso tímido e os dois se beijam.

Bruno: Eu te amo.

Samuca: Eu também te amo. Muito!

Samuca pega sua bagagem e entra em casa, sendo observando por Bruno que logo vai embora.


Cena 07 - Casa de Marta - Sala - Noite


Samuca: Boa noite mãe.

Marta: Boa noite. Como foi ?

Samuca: Foi legal!

Marta: Foi com seus amigos da faculdade ? - Pergunta, em um tom irônico.

Samuca: Mãe. Eu nunca te escondi. Você sabe muito bem com quem eu tava! Eu tô cansado, vou pro meu quarto.

Marta o observa subir as escadas com uma cara não muito agradável.

Samuca entra em seu quarto, joga as malas no chão e cai na cama.

Samuca: Vai começar o pesadelo...


Cena 08 - Mansão de Antônio - Sala - Noite - Ao som de Tom's Thriller - Iuri Cunha


Bruno chega em casa. Tudo está escuro. Ele coloca o carro na garagem e entra sem fazer barulho. Já está passando pela sala, quando no meio da escuridão um abajur se acende, o assustando.

Bruno: Pai ?

Antônio: Como foi a viagem ?

Bruno: Cansativo. Mas legal!

Antônio: E os seus amigos ?

Bruno: Foram pra casa já. Vou tomar um banho e vou comer alguma coisa! - Diz, tentando sair daquela situação o mais rápido possível. Ele sobe as escadas e vai para o chuveiro.

Antônio fica calado, sentado ali em meio aquela sala escura, iluminada apenas pela luz fraca do abajur.

Bruno toma um banho rápido sem conseguir parar de pensar em Samuca, já com saudades. Após o banho, ele desce para a cozinha para preparar um lanche. Como um fantasma, Antônio aparece de repente.

Antônio: Fez muito calor lá ?

Bruno: Demais. Cidade litorânea, né...

Antônio: Tirou muitas fotos ?

Bruno: Tirei sim. - Responde, enquanto corta um pão, já incomodado com o clima pesado que paira no ar.

Antônio: E todos os seus amigos foram ?

Bruno: Amanhã a gente conversa, tô cansadão. Bruno se direciona para a escada.

Antônio: Volte. Eu não terminei.

Bruno: Qual é pai, o que você quer saber?

Antônio: O que eu quero saber ? Eu quero saber até onde vai seu cinismo, até onde vai sua cara de pau!

Bruno: Pai...

Antônio: Eu liguei na casa de todos os seus amigos. Falei com cada um, inclusive com os pais deles! E ninguém sabia de viagem alguma!

Bruno: Pra mim já deu. - Diz, dando alguns passos pra sair.

Antônio o empurra, fazendo seu filho cair sentado na cadeira.

Antônio: Eu falo e você escuta calado. Já se esqueceu como funciona as coisas aqui ?

Bruno: O que mais você quer saber ? Já não descobriu que eu menti ? Eu estava sim com o Samuca. O meu namorado. Que me faz muito bem em todos os sentidos! Tá satisfeito ? Era isso que queria ouvir?

Antônio dá um sorriso sarcástico.

Antônio: Já não bastasse tudo o que você fez, destruindo a nossa família que sempre teve uma linhagem pura... Agora está se transformando em um mentiroso!

Helena desce as escadas.

Helena: Que gritaria é essa?

Bruno: Meu pai que não me aceita. Aliás, não só ele, a minha família inteira!

Antônio: Eu JAMAIS vou aceitar um filho viado! Ouviu bem ? JAMAIS!

Helena: Por favor, parem!

Bruno: Então vou continuar mentindo!

Antônio: A partir de hoje tudo vai mudar nessa casa!

Bruno, com os olhos cheios de lágrimas, se levanta e se aproxima de seu pai.

Bruno: Eu amo o Samuca e não tem nada que você possa fazer pra mudar isso!

Antônio faz uma expressão de horror com o que ouve.

Bruno: Não é isso que você queria saber ? Essa é a verdade! Eu amo o Samuca! E nossos dias foram maravilhosos, estar ao lado de quem eu sempre quis, ter ele em meus braços, beijá-lo....

Antes mesmo de Bruno terminar sua frase, um forte estalo ecoa pela casa, enquanto o rosto de Bruno queima pelo tapa que levou.


Imagem de Bruno congela em um efeito avermelhado.


Continua.


2023 - DNA

1 comentário

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1 comentário


Odair Rodrigues
Odair Rodrigues
09 de mai. de 2023

Empolgante 👏

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