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Seguindo Em Frente | Capítulo 39 (Últimas Semanas)


A seguir

Seguindo em Frente - Capítulo 39 ( Últimas Semanas )

+16 ( Contém Violência, Sexo e Linguagem Imprópria )


Cena 01 - Escritório de Heitor - Noite - Ao som de instrumental 'Fantasmas' - Eduardo Queiroz


Heitor fica horrorizado ao ver o rosto do primo estampando na tela de seu computador.

Heitor: Mas que palhaçada é essa!!! Quem é você ??? Você está morto, desgraçado, morto!!!

Heitor volta a se sentar na cadeira, olhando o rosto de Bruno naquela foto. Ele começa a mexer o mouse, mas parece uma espécie de vírus, o notebook não atende nenhum comando.

Heitor: Some desgraçado!

Sem paciência e fora de controle, ele joga seu notebook no chão com toda a força, fazendo a tela se apagar.

Heitor: Você tá morto, seu viado safado! Será que nem depois de morto você me dá paz ? Em ? Só pode ser uma brincadeira. Mas quem faria isso ?

Andando de um lado para o outro, começa a suar, agitado.

Heitor: Calma cara, você tem que manter o controle.

Ele sai da sala, nervoso, e dá de cara com Vitória no corredor, que o encara, curiosa.

Vitória: Algum problema ?

Heitor: Porque ? Porque teria algum problema ? - Responde, ríspido.

Vitória: Por nada.

Heitor: O que ainda faz aqui ? Some da minha frente antes que eu te jogue no olho da rua, sua empregada nojenta! - Esbraveja, saindo com mais de mil.

Vitória fica olhando ele ir embora, com um sorriso irônico.


Cena 02 - Casa de Marina - Varanda - Noite - Ao som de Partidas e Reencontros - Alexandre Guerra ( Piano Solo )


A casa está silenciosa. João está deitado no quarto com sua mulher, Sol, deitada em seu colo dormindo profundamente. Ele olha atentamente em volta.

Enquanto isso, Marina abre a porta principal e se depara com Hanna, chorando e com a boca sangrando.

Marina: Hanna ? - Pergunta, espantada.

Hanna: Marina. Você não sabe o quanto me dói estar aqui agora, o quanto me sinto culpada. Mas precisamos conversar sério!

Marina a encara, cada vez mais assustada.


Cena 03 - Mansão de Antônio - Noite


Heitor chega na mansão de seu tio. Ele estaciona o carro, se recompondo, e trata de esquecer aquele e-mail. Colocando em sua própria cabeça que é um trote de seus inimigos para fazê-lo perder o controle. Em seguida, toma um demorado banho e se dirige até a sala de jantar. Ele se depara com Ellen á mesa.

Heitor: Não imaginava te encontrar aqui, Ellen.

Ellen: A tia Helena está me ajudando a decorar meu apê, tem me dado idéias fantásticas.

Helena: Imagina, você é uma querida. Por mim, ficava hospedada aqui até tudo ficar pronto.

Antônio: Você vai adorar alguns itens da loja. Helena, leve ela amanhã até uma de nossas lojas, vocês têm carta branca pra escolher o que quiserem, será um presente meu.

Ellen: De maneira nenhuma, não posso aceitar.

Helena: Ótima idéia, Antônio. E nem tente recusar, pois iremos ficar profundamente magoados.

Ellen sorri, sem jeito.

Os quatro jantam, animados, e Heitor repassa as informações do dia para Antônio, pelo menos as que julga necessário ser dito.

Ellen: Que delícia esse prato.

Helena: É o preferido do Vicente. Toda vez que ele vinha aqui, eu pedia pra fazer.

Após o comentário, todos ficam em silêncio. Antônio tenta disfarçar, mas a saudade do afilhado fala mais alto. Ele deixa a mesa, interrompendo seu jantar.

Ellen: Desculpe, não queria ter causado isso.

Helena: Você não fez nada, espero que ele se afogue com essa culpa, por ter dito aquelas coisas horríveis ao Vicente.

Helena nem se importa com a presença de Heitor, que faz de conta que está tudo bem, mas por dentro está morrendo de ódio da tia.

Heitor: Com licença, vou ver como o tio está. - Fala, se levantando e se retirando.

Helena: Mas agora me fale de você. Você e o Heitor estão namorando ?

Ellen: Não, Dona Helena. Somos apenas amigos.

Helena: Mas percebo um algo mais.

Ellen: Ah, vamos deixando rolar. Deixando o tempo dizer!

Helena: Você está certa, quero muito sua felicidade, por isso me preocupo com você.

Ellen: Tia, e o que aconteceu com os pais do Heitor ? Lembro vagamente da mãe dele quando éramos crianças.

Helena: A mãe dele, irmã do Antônio, morreu quando ele era adolescente, ela já estava separada do pai dele, o Mário. Quem o criou foi a mãe do Antônio, mas quando ela faleceu, ele já era adulto e independente.

Ellen: E o pai dele ?

Helena: Bom, o pai dele ninguém sabe e ninguém viu. Nem apareceu no enterro da irmã do Antônio.

Ellen: Ele deve sentir muita fala do pai né ?

Helena: Acho que não, ele nunca fala sobre ele.

Ellen: Interessante.

Helena: Bom, vamos ver aqueles site na internet, tenho idéias ótimas para a sua cozinha!


Cena 04 - Casa de Marta - Quarto - Noite


Marta: Filha ? O que ainda está fazendo acordada ? - Pergunta, entrando no quarto de Vitória.

Vitória: Procurando emprego, acho que meus dias naquele lugar estão contados.

Marta: Mas quando eu pedi uma colocação para você, o Seu Antônio se mostrou bastante compreensivo.

Vitória: Mas depois de toda confusão que o Vicente armou na casa dele, envolvendo o Samuca, a compreensão dele acabou. Aquele Heitor está cada vez mais insuportável, foi só ganhar um pouquinho de poder e mudou da água para o vinho.

Marta: Tente agüentar mais um pouco, vou colocar seu currículo novamente na internet e ir selecionando o que aparecer de bom.

Vitória: Espero que apareça algo bom logo. Vou enlouquecer naquele lugar!


Cena 05 - Ao som de Golden - Harry Styles

O dia amanhece - Imagens aéreas de uma São Paulo cinza e nublada - Os carros vêm e vão


Cena 06 - Ruas de São Paulo - Manhã - Ao som de Shape of You - Ed Sheeran


Rosinha e Miguel andam de carro pelas principais ruas da capital de São Paulo. Os dois descem do veículo e andam por um parque, conversando, rindo e se divertindo juntos.

Ele compra uma pipoca doce para ela, enquanto conta causos da época em que estagiava como engenheiro, arrancando risos de seu amada.

Em seguida, os dois seguem até a igreja.

Rosinha: É o que eu estou pensando ?

Miguel: Sim, meu amor. Daqui a poucos dias estaremos casados! - Afirma, enquanto a beija na testa.

Rosinha fecha os olhos enquanto recebe o beijo, ansiosa.

Os dois conversam com o padre e assinam um papel, e em seguida se entreolham, sorrindo um para o outro.

Miguel: Eu tô tão apaixonado por essa mulher, padre. Será o dia mais feliz da minha vida! Eu nunca pensei que o paraíso pudesse estar na própria terra...

Rosinha: Sim. Esse dia ficará para a história. O começo da minha felicidade plena e absoluta!

O Padre observa a empolgação dos dois.


Cena 07 - Loja de Antônio - Escritório - Manhã


Heitor entra na sala do seu tio, que apossou como sua. Ansioso, liga o computador e entra em sua conta. Ele corre para abrir seu e-mail e passando os olhos rapidamente não vê nenhuma mensagem nova.

Heitor sorri, aliviado. Satisfeito, ele resolve fazer o que mais gosta: Infernizar a vida dos funcionários.

Heitor: VITÓRIIIIIAAAA! - Grita.

Após alguns instantes, Vitória entra na sala, nervosa.

Vitória: Me chamou ?

Heitor: Preciso que você faça uma auditoria em nosso almoxarifado.

Vitória: Vou providenciar.

Heitor: Você não entendeu, eu quero que você faça.

Vitória: Mas isso não é minha função, eu...

Heitor: Isso não é a sua o que... ? Repete, acho que não entendi.

Vitória: Eu quis dizer que vou fazer imediatamente. Com sua licença!

Heitor sorri, voltando a se sentir o maioral.


Cena 08 - Loja de Antônio - Estacionamento - Manhã - Ao som de instrumental 'Escorpión' - Alex Sirvent


Heitor anda distraído até o estacionamento, em seu horário de almoço. Ele entra em seu carro, liga a ignição e ao tocar no volante sente algo estranho e úmido.

Heitor: Mas o que...

Ao abrir as mãos, vê a palma toda vermelha, com um líquido escorrendo, descendo para o seu punho.

Heitor: O que é isso ?

No mesmo instante seu celular começa a vibrar, indicando uma nova mensagem.

Imediatamente ele vê o que é, se assustando mais ainda.


"- Meu sangue está em suas mãos.

- Você vai pagar por tudo que fez, priminho."


Heitor: Não, não. Pare com isso!

Com as mãos tremendo, ele fica olhando aquele sangue secar entre seus dedos, ficando em pânico.

Heitor sai do carro e anda desorientado pela rua, olhando para as pessoas indo e vindo ao seu redor, com a sensação de estar sendo vigiado.

Como se todos estivessem olhando para ele.

Heitor: Cadê você, aparece desgraçado!

Desesperado, ele começa a esfregar suas mãos na grama, tentando apagar aquela mancha vermelha. Ele pega seu celular e fica olhando para o visor, esperando uma nova mensagem, que não chega.

Em meio ao sol, Heitor se escora em um poste.

Sua testa começa a suar.

Seus ferimentos na face ardem.

Ele fica um bom tempo olhando para aquele celular.

Um homem fala ao celular em uma praça perto dali.

Um carro preto está parado próximo a loja, com um rapaz mal encarado dentro. Algumas crianças brincam e dão risadas, como se estivessem rindo dele.

As pessoas passam na rua como se olhassem para ele.

As risadas entram em sua mente, e um forte zumbido toma conta de sua cabeça.

Heitor: Cala a boca, Cala a boca!

Sua fome já havia até passado. Com medo, ele tenta se recompor e manter a pose.

O vilão volta para dentro da loja, mas definitivamente aquele não é seu dia de sorte.

Heitor entra na sala do tio, que agora é ocupada por ele e dá de cara com Helena, sentada em sua cadeira.

Heitor: Tia!!! A senhora aqui. - Diz, surpreso.

Heitor: O tio Antônio não vem pra cá hoje.

Helena: Eu sei disso.

Heitor: Mas a senhora quase não vem aqui.

Helena: Pois é, mas agora as coisas irão mudar um pouco. Resolvi me interar mais dos assuntos da empresa.

Heitor: A senhora nunca ligou pra isso.

Helena: É que antes seu tio cuidava, mas agora que ele resolveu se aposentar, vou eu botar a mão na massa, cuidar do nosso patrimônio.

Heitor: O tio Antônio disse que pretende viajar, curtir.

Helena: Então ele vai sozinho, pois não pretendo sair do país.

Heitor: Posso ajudar senhora em alguma coisa ?

Helena: Um copo d’água já seria um começo, lá fora está um inferno, o ar condicionado não está funcionando ?

Heitor: Demos uma reduzida, os gastos estavam muito altos.

Helena: Mas vejo que aqui da sala está funcionando a todo vapor. Mande religar todos os aparelhos da loja, funcionário satisfeito produz mais e melhor.

Heitor: Claro.

Vitória entra na sala, meio sem jeito, com alguns papéis para imprimir.

Heitor: Essa é a Vitória.

Helena: Já lhe conheço de vista e se não for incômodo, gostaria que você me colocasse a par de como funciona tudo isso aqui, assim não atrapalho o trabalho do Heitor.

Vitória sorri. - Claro, será um prazer. - Responde, encarando Heitor.

Heitor se segura o máximo que pode, mas ao chegar em sua antiga sala, extravasa.

Ele chuta uma cadeira.

Heitor: Era só o que faltava, essa velha aqui, querendo dar uma de executiva. Não ouse entrar em meu caminho, titia. Eu não tô pra brincadeira, agora que eu tô tão perto de conseguir tudo isso eu não vou deixar ninguém me atrapalhar. NINGUÉM! - Afirma, enquanto olha um quadro de Bruno na parede.

Heitor se aproxima da imagem.

Heitor: Nem mesmo você, que está apodrecendo debaixo da terra!

Uma janela se abre com uma corrente de ar frio no mesmo instante.

Heitor corre para fechar.

Heitor: Mas o que é isso!

A câmera dá um close na imagem estática de Bruno naquela parede.

Um efeito sonoro grave toca em cena.





Cena 09 - Mansão de Mohamed - Tarde


Mohamed arrasta as malas de Ayla até o carro de sua esposa.

Parada na porta, Rosinha os observa.

Mohamed: Não acha que está levando coisas demais ? Só pra um final de semana...

Ayla: Entenda, meu amor. Pra uma mulher, nada é demais! - Responde, sorrindo.

Os dois se encaram e ele lhe dá um beijo apaixonado de despedida.

Mohamed: Vou sentir sua falta. Estarei aqui te esperando ansioso!

Ayla: Mas os doces que elas vão trazer da Turquia vão compensar a saudade que você vai sentir!

Mohamed: Mal posso esperar!

Ayla: E chegarei a tempo para o casamento da Rosa! Afinal, não posso perder esse evento.

Rosinha: Mas é claro que não pode perder. Vocês são os padrinhos, rs.

Ayla: Ai, deixa eu ir logo senão daqui a pouco eu começo a chorar e vou borrar a maquiagem toda!

Rosinha vai até Ayla e lhe dá um abraço. O trio se despede e a matriarca entra no carro, partindo.

Ayla vê no retrovisor a imagem de Mohamed e de Rosinha, em pé, lado a lado, observando o carro se afastando.

Rosinha dá um sorriso discreto e olha para Mohamed, que fica desconcertado com a proximidade da moça.


Cena 10 - Casa de Marta - Sala - Tarde


Samuca chega na casa de sua mãe.

Samuca: Oi mãe, vim ver a Flora. Como ela está ?

Marta: Tá bem, graças a Deus. Teve uma febre baixa essa noite mas já amanheceu ligada no 220! Já que está aqui, vou ao mercado, espere sua irmã chegar.

Samuca: Vai lá.

Ao ouvir a voz do tio, Flora dá um pulo do sofá e corre até ele.

Flora: Tioooooooo!

Samuca: Oi meu amor, minha princesa. O que você andou aprontando hein!!!

Flora: Eu tava com febre.

Samuca: Você está tomando gelado né ? Depois fica resfriada.

Flora: O Tio Vicente veio com você ?

Samuca: Não, mas final de semana vou pedir pra mamãe deixar você ir dormir lá em casa.

Flora: Oba.

Flora fica contando suas histórias fantasiosas, mas Samuca nem se importa, ouvia tudo como se fosse a coisa mais importante do mundo. E ainda teve que dar mamadeira para várias bonecas da sobrinha e pentear os cabelos delas, tudo pra deixar a sobrinha feliz.

Flora: Tio, não é essa, é a Lili.

Samuca: Essa não é a Lili ?

Flora: Não tio, essa é a Juju.

Samuca: Mas é tudo a mesma coisa.

Flora: Não é não, tio!

Samuca: Ai Meu Deus, eu prometo que vou decorar! - Fala, sorrindo.


Cena 11 - Loja de Antônio - Escritório - Fim de Tarde - Ao som de instrumental 'Otto Dimas' - Eduardo Queiróz

Heitor: Minha tia ainda está aqui ?

Vitória: Já foi, e também já estou indo, minha filha teve febre.

Heitor: Eu acho que você...

Vitória: Pouco importa o que você acha, até amanhã. - Dispara, saindo com um olhar de deboche.

Heitor fica sem reação, chocado com a audácia de sua funcionária. Depois de um dia de cão como aquele, não tem força nem pra revidar. A única coisa que quer é ir embora logo pra casa, mas quando vai desligar o computador, vê duas mensagens desconhecidas. De imediato já fica nervoso e não pensa duas vezes antes de abrir a primeira.


"- Está com saudade de mim priminho ?

- Está chegando o dia de nos encontrarmos."


Heitor: Você está morto, tá apodrecendo dentro daquele buraco! - Esbraveja, perdendo a linha.

Descontrolado, abre a outra mensagem, que chega logo em seguida.


"- Para um canalha como você, tenho que admitir que você me surpreendeu.

- Andei visitando o titio Mário esses dias.

- Tadinho, ele está tão debilitado, mandou lembranças para você."


Heitor: Não, não!!!

Heitor pega a chave do carro e desesperado sai batendo as portas. Ele entra no veículo e dirige feito um louco, enquanto atravessava a cidade.


Cena 12 - Casa de Marina - Fim de Tarde


Após aparar a grama do jardim, Viriato está recolhendo suas ferramentas para ir embora quando Luan chega de carro.

Com a aparência desesperada, o rapaz vai até o jardineiro.

Luan: Boa tarde, Seu Viriato. A Marina está ?

Viriato: Não saiu de casa o dia inteiro!

Luan: Obrigado! - Responde, se dirigindo até a entrada da casa.

Ao entrar, encontra tudo no mais absoluto silêncio.

Marina está na sala e se assusta ao vê-lo.

Luan: Marina! Precisamos conversar.

Marina: Precisamos mesmo, eu já ia até o seu apartamento.

Luan: Eu acho que fui injusto com você, eu quero dizer... Eu não sei como você pode ter engravidado, mas...

Marina se aproxima dele, olhando em seus olhos com um olhar de desprezo.

Ela dá um tapa em seu rosto, deixando-o surpreso.

Marina: Você ? Foi injusto comigo ?

Luan: O que é isso ?

Marina: Que foi ? Vai me bater de volta que nem você fez com a Hanna ?

Luan: Marina...

Marina: Marina o cacete! Ela me contou tudo, Luan. Tudo! Que você espancava ela, que vocês dois tinham um caso e que ela queria se separar, mas você ficava ameaçando ela... Ela chegou aqui com a boca inchada!

Luan: O que ? Isso tudo é mentira!

Marina: Vai me bater também que nem você fez com ela ? E pensar que eu tava aqui, deprimida, a base de calmante. Me sentindo culpada por algo que eu nem sei como foi acontecer... E o bonito me traindo na maior cara de pau e nem se sentia mal com isso! Você é um mal caráter, hipócrita, não tem vergonha nenhuma nessa sua cara! - Dispara, indo pra cima dele e desferindo mais tapas.

Luan: Para, para! - Fala, tentando segurá-la.

Luan: Me escuta, tudo isso é mentira!

Marina: Ah, é mentira ? Vai dizer que você nunca ficou com ela, principalmente naquela época que estávamos brigados ? Porque ela inventaria tudo isso ?

Luan engole seco e fica sem palavras.

Marina começa a chorar, nervosa.

Marina: Eu tô com nojo de você. Nojo! Você fez eu me sentir culpada, sendo que você estava fazendo algo muito pior!

Luan: Uma parte é verdade. Eu fiquei com ela por uma noite, quando a gente tinha brigado! Mas foi só isso, eu juro. Eu juro pela minha vida! Essa mina é uma mentirosa, ela estava obcecada por mim, me ameaçando...

Marina: Ah, coitadinho. Espere aqui que eu vou lhe dar algo que você merece. Aliás, te devolver!

Luan: Marina...

Marina: Fique aqui. Aqui a nossa história começou, e aqui vai acabar! - Afirma, virando as costas e subindo a escada.

Luan coloca a mão na cabeça, nervoso e no alto do nervosismo.

Marina vai até o seu quarto, chorando, e abre a gaveta de sua cômoda.

Ela tira de dentro uma caixinha pequena, com a aliança de noivado que Luan havia lhe presenteado.

Na sala, Luan não consegue contêr suas lágrimas.

Subitamente, ele parece se sentir incomodado com algo e olha para trás.

Luan: O que é isso ?


Cena 13 - Mansão de Mohamed - Piscina - Fim de Tarde


Mohamed está na piscina, somente de sunga e com um óculos escuros.

O sol frio daquele fim de tarde brilha no céu.

Na dispensa, alguém desliga todos os disjuntores.

Após nadar um pouco, Mohamed vai até a borda e pega uma taça de vinho que o esperava lá, e bebe um pouco.

Em seguida, ele sobe a escadinha e sai da piscina, completamente molhado.

O empresário abaixa de leve a sua sunga, conferindo seu bronzeado, quando Rosinha chega com uma toalha.

Rosinha: Eu trouxe uma toalha para o senhor. Tá muito frio, essa tarde, vai acabar pegando um resfriado!

Mohamed: Ah, muito obrigado. Eu já ia tomar um banho mesmo!

Rosinha olha para ele, sorrindo.

Rosinha: Ah, seu vinho acabou. Quer que eu coloque mais um pouco ? - Pergunta, pegando a taça.

Mohamed: Não precisa, ainda tem...

Rosinha vira a taça e deixa cair um pouco em sua roupa.

Rosinha: Ai, não acredito...

Mohamed: Esse vinho é tinto. Vai manchar o sua roupa toda!

Rosinha: Eu tenho que lavar rápido antes que manche! - Afirma, levantando e tirando sua blusa.

Mohamed se assusta. - O que está fazendo ?

Rosinha fica apenas de sutiã.

Rosinha: Manchou o sutiã também...

Mohamed fica fascinado pelo corpo dela, e não consegue desviar o olhar.

Rosinha o olha nos olhos, e desabotoa seu sutiã, o tirando lentamente e exibindo seus seios na frente dele.

Mohamed: Rosinha... O que está fazendo ?

Rosinha: Vou colocar minha roupa pra lavar, seu Mohamed.

O empresário fica nervoso.

Rosinha: Porque está com essa cara, fiz algo de errado ?

Mohamed: É que não é certo você ficar assim, e...

Rosinha: Porque ? O senhor vê maldade em mim ? O meu corpo é feio ?

Mohamed: Não vejo maldade, mas...

Rosinha: Então! Eu sou sua empregada e você é meu patrão. Não pode haver malícia, entre nós, a nudez tem que ser algo normal! - Dispara, olhando para ele.

Rosinha: Veja, a sua barriga sujou um pouco de vinho também! - Diz, pegando sua blusa do chão e passando devagar pela barriga dele.

Ela olha descaradamente para sua sunga.

Rosinha: Vejo que você ficou bem bronzeado. A sua esposa vai gostar! Posso ver mais como ficou ?

Mohamed, que até então estava em silêncio, a pega pelo braço e a arrasta até a parede, pressionando-a contra o muro.

Mohamed: O que você está fazendo ? O que tá querendo, menina ?

Rosinha sorri: - Ai, Seu Mohamed. Não me aperta assim que dói! O que é isso que está me espetando aqui embaixo ?

Mohamed: Fale o que você quer ? O que você tá pretendendo ?

Rosinha: Não é possível que você seja tão burro assim. Não vê que o que eu quero é você ?

Mohamed a encara, sério.


Cena 14 - Casa de Marta - Externo - Fim de Tarde


Henrique está parado em seu carro, em frente a casa de Marta, esperando Vitória chegar. Ele havia tomado uma decisão: Resolveu colocar aquela história em pratos limpos e acabar de vez com aquela angústia de uma vez por todas.

Ao vê-la se aproximando, ele sai do carro imediatamente e vai atrás.

Vitória se assusta ao vê-lo.

Vitória: O que você quer aqui ?

Henrique: Preciso falar com você.

Vitória: Já dissemos tudo, Henrique!

Henrique: Não, Vitória. Você não está sendo verdadeira comigo, não vou sair daqui enquanto você não me disser a verdade.

Vitória: Mas que verdade ?

Henrique: Você sabe muito bem a verdade que eu quero saber. Quer que eu fale alto aqui para todos os seus vizinhos escutarem ?

Vitória: Cala a boca! Vem, entra... - O chama.

Henrique a segue e os dois entram dentro de casa.


Cena 15 - Asilo - Fim de Tarde - Ao som de instrumental 'Dimas Operando' - Eduardo Queiróz


Heitor guia o mais rápido que pode e parando o carro de qualquer jeito, entra como um louco naquele asilo.

Zelador: O horário de visita já acabou.

Heitor nem dá bola e invade aquele corredor, até entrar em um quarto onde um senhor dorme em uma cama.

Ele o olha por alguns instantes e em seguida sobe em uma cadeira, onde começa a mexer em cima de um guarda roupas até tirar uma mala velha, toda empoeirada.

Heitor começa a vasculhar alguns envelopes, abrindo e revirando vários papéis.

Heitor: Cadê, cadê... Não, não pode ser!

Os cadernos e fotos de Bruno e Samuca que ele guardou por todos esses anos, por um puro prazer mórbido, não estão mais onde escondia.

Voltando a mexer naqueles papéis, encontra uma folha avulsa, com um recado escrito.


"- Obrigado por guardar por todos esses anos.

- Vim pegar o que é meu.

- Bruno."


Heitor: Desgraçado. Eu vi você morto! Ou será que...


FLASH BACK

"Heitor volta para a capela.

Ao chegar lá, bebe um copo de água, e enquanto os demais choram e rezam, Heitor observa a mão de Bruno, com uma expressão meio assustado com algo que vê. Ele olha para os lados e em seguida volta a olhar para o corpo do primo, com a impressão de que viu a sua mão se mexer."

FIM DO FLASH BACK


Heitor: Não... Você tava morto! Você TÁ morto! Será que voltou do inferno pra me atazanar ? Mas não tem problema. Eu acabei com você uma vez, acabar outra vez vai ser moleza. TRASTE! - Grita, fora de si.


Cena 16 - Casa de Marta - Sala - Fim de Tarde


Henrique e Vitória têm uma conversa acalorada.

Vitória: Fale baixo, minha mãe está em casa.

Henrique: Porque você fingiu que não me conhecia ?

Vitória: Foi só uma transa Henrique, me deixe em paz.

Henrique: Estava tudo na minha cara, mas não percebi.

Vitória: Do que está falando ?

Henrique: Não mente pra mim, Vitória! Minha paciência tá no limite. Se não falar por bem, vai falar por mal porque eu irei na justiça e será pior! Existe alguma chance da Flora ser minha filha ?

Vitória: Pare, Henrique!

Henrique pega no braço dela.

Henrique: A Flora é minha filha ?

Samuca chega de repente, interrompendo a conversa dos dois.

Samuca: Como é que é ? Sua filha ?

Vitória e Henrique se entreolham, nervosos.


Cena 17 - Casa de Marina - Ao som de instrumental 'Winds of Capadocia' - Alexandre de Faria

Marina pega aquela aliança em sua mão e a fecha entre seus dedos, enquanto limpa as lágrimas de seus olhos.

Decidida, ela sai do quarto, passa pelo corredor e desce as escadas, indo ao encontro de Luan.

Marina: Eu só quero te devolver isso, e...

Ela levanta sua cabeça e olha para os lados, mas não vê ninguém.

O silêncio reina e não há ninguém ao seu redor.

Marina: Luan ?


Imagem de Marina congela em um efeito preto e branco.


Continua...


Se encerra no refrão de Believer - Imagine Dragons


2023 - DNA

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