Seguindo em Frente | Capítulo 41 (Últimas Semanas)

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Seguindo em Frente - Capítulo 41 - ( Últimas Semanas )

+16 ( Contém Violência, Sexo e Linguagem Imprópria )

Cena 01 - Loja de Antônio - Sala de Heitor - Começo de Noite - Ao som de instrumental 'Otto Dimas' - Eduardo Queiróz

Heitor se levanta esfregando as mãos no rosto, desesperado.

Heitor: Morra desgraçado, me deixe em paz, eu... Espera aí...

Como se uma luz tivesse se abrindo em sua mente, ele volta a se sentar, lendo a última frase.

"- Sua hora está chegando e você irá pagar por tudo que fez, Heitorzinho."

Heitor: Heitorzinho... Só quem me chamava assim é... Te peguei, agora eu sei quem você é! Desgraçada, eu vou te mandar pro inferno!

Efeito sonoro de chocalho de cobra toca em cena.

Atormentado, Heitor se levanta, se tremendo de ódio.

Heitor: Sua vagabunda, você se entregou, você vai me pagar caro. Só não entendo o por quê ? Qual seu plano ? Eu vou descobrir e é agora! - Diz, pegando suas cosias e saindo com pressa, disposto a acabar com aquele tormento de uma vez por todas.

Cena 02 - Apê de Vicente - Estacionamento - Começo de Noite

Samuca fica assustado com aquela abordagem e antes mesmo de responder alguma coisa, a porta do carro é aberta e com a voz forte aquele homem começa a dar ordens.

Policial: Saia do carro, Sr. Samuel.

Samuca: O que está acontecendo ? Preso por quê ? - Pergunta, começando a ficar nervoso.

Ao sair do carro, toma outro susto.

Samuca: Vicente ??? O que é isso ?

Vicente tira um distintivo, se identificando, mantendo aquela pose dura.

Vicente: Investigador Vicente, encoste no carro.

Ao som de Love is a Bitch - Two Feet

Samuca: Mas o que é que está acontecendo, Vicente ? Que roupa é essa ? - Pergunta, mas sem nem precisar ter resposta. Aos poucos começa a entender os planos do seu amor.

Vicente: Mandei encostar.

Samuca se vira, apoiando o corpo no carro e seguindo as instruções do “policial”.

Vicente: Afaste a pernas e não se mexa.

Vicente começa a revistar Samuca, apalpando seu corpo todo, descendo pelas costelas e parando em sua bunda massageando com muito gosto.

Vicente: O que é isso aqui ? Está armado ?

Samuca: Não, senhor.

Vicente se levanta e o encocha por trás, passando a mão em sua bunda.

Vicente: Vire-se. Você tem o direito de permanecer em silêncio e tudo que disser poderá ser falado a você.

Samuca segura pra não cair na risada, corrigindo seu namorado.

Samuca: Tudo que disser poderá ser usado CONTRA você.

Vicente: Está me desacatando moleque ?

Samuca sente um tapa no rosto, sendo virado de costas novamente.

Samuca: O que está fazendo ?

Vicente: Você está preso.

Vicente o algema e o vai guiando até o elevador.

Vicente está vestido como um policial, mas com um uniforme sexy, colada ao corpo, com chapéu, óculos escuro e um cassetete pendurado na cintura. Não apenas isso, tudo mais que tinha direito.

Vicente segura Samuca pelos braços, que está com as mãos algemadas, mas a primeira surpresa surge no meio do caminho.

Antes de chegarem ao andar onde moram, o elevador para e entra um casal de idosos, que ficam olhando curiosos aquela cena, mas os 4 ficam em silêncio total.

Ao saírem do elevador, eles entram em seu apartamento.

Vicente: Você será interrogado.

Samuca: Eu não fiz nada.

Vicente: Isso é o que iremos descobrir.

Ainda algemado, Samuca se senta numa cadeira ficando de frente para seu amor, pensando na sorte grande que tirou, pois ele estava gostoso demais naquele uniforme, aliás ele deveria ficar gostoso em qualquer situação.

Vicente puxa outra cadeira e se senta de pernas abertas, olhando nos olhos dele.

Samuca dá uma olhada para o volume que se faz no meio das pernas de Vicente, e tenta conter o riso, achando graça de toda aquela situação.

Vicente: Vamos lá, comece a contar tudo.

Samuca: Eu não sei de nada, não fiz nada.

Foi outro tapa no rosto e com o cassetete, Vicente começa a passar no corpo de Samuca, passando próximo aos seus lábios.

Vicente: Está achando que estou de brincadeira, confesse.

Samuca: Tá bom, eu falo tudo.

Vicente: Você tem tratado bem o seu marido ?

Samuca: Sim, cuido muito bem dele.

Vicente: Há quanto tempo você não transa com ele ?

Samuca: 02 dias.

Vicente: QUANTOS DIAS ? - Grita.

Samuca: 02 dias.

Vicente: Resposta errada, são três dias. Agora vai ter que pagar, mostre como faz.

Samuca: Como se faz o que ?

Ao som de Infinity - The XX

Vicente coloca o cassetete no rosto de Samuca, que sem alternativa teve que mostrar como se faz.

Samuca começa um pouco tímido e para provocar Vicente vai caprichando, olhando de maneira bem safada pra ele e chupando a ponta daquela borracha.

Vicente tira o cassetete de perto dele, mas mesmo algemado, Samuca começa a forçar a cabeça, pedindo mais.

Samuca: Agora eu quero você...

Vicente: Você é safado demais, agora vai apanhar.

Vicente o vira, batendo o cassetete em sua bunda e por vezes passando-a bem no meio, como se quisesse penetrá-lo, mesmo por cima da roupa.

Samuca: Por favor, me solte e faço tudo que você quiser.

Vicente: Tudo mesmo ?

Samuca: Sim, tudo. Eu sou culpado, tenho que pagar!

Vicente: Muito bem.

Vicente o solta, mas aquele teatro que até então estava indo muito bem, se transforma em um circo.

Samuca: Obrigado.

Vicente: Você é um fanfarrão, soldado!

Samuca não consegue segurar e cai na gargalhada.

Samuca: Ué, mas eu não era bandido ? Virei soldado agora ?

Vicente: Tem algum palhaço aqui ? Está me achando com cara de otário ?

Samuca: Não.

Vicente: É não, senhor. E agora se ajoelhe!

Samuca se abaixa e quando ia abrir o zíper da calça é corrigido.

Vicente: As botas.

Samuca fica de quatro, beijando o bico daquela botina, passando a língua e olhando para cima.

Começa a subir devagar, passando o rosto nas pernas de Vicente até voltar a ficar de frente para seu zíper.

Samuca: Pronto senhor, estou livre ?

Vicente: Permissão concedida!

Samuca desce seu zíper e afroxa o cinto do seu policial, deixando a calça cair e com cuidado vai tirando aquela cueca com os dentes.

Vicente puxa Samuca e o joga na cama de bruços. Sacando as algemas, prende as mãos dele na cama, o deixando totalmente indefeso.

Vicente: Agora vou dar o que você merece.

Samuca: Vai fazer o que seu bundão ? Vai fazer o que com essa minhoquinha mixuruca ? - Provoca, sem se dar conta ainda que está totalmente imobilizado.

Ele sente duas palmadas fortes na bunda.

Em seguida, sente Vicente subir em cima dele e o penetrar de uma vez só, com toda força.

Vidente: Toma vagabundo, vai confessar ?

Samuca: Não.

A cada negativa, Vicente mostra ainda mais força, mas o que era dor, logo vai dando tesão em Samuca.

Vicente: Anda soldado, pede pra sair.

Samuca: Não, nunca.

Vicente estapeia seu bumbum.

Samuca só sente aqueles pêlos roçarem em sua bunda e o suor de Vicente cair em suas costas.

Já não agüentando mais, Vicente geme de prazer, chegando ao seu ápice.

Samuca: Não agüentou capitão ? - Provoca.

Vicente sorri e beija a boca de seu namorado, ainda imobilizado na cama.

Vicente: Gostou ?

Samuca: Adorei. Agora me solta daqui, já estou dolorido nessa posição.

Vicente: Claro. - Diz, pegando as chaves.

Ele tenta abrir as algemas, mas nenhuma chave funciona.

Samuca: O que foi ?

Vicente: Nada, não sei.

Samuca: Anda, Vicente!

Vicente: Não quer abrir, não sei o que aconteceu.

Samuca: Para de graça, abre logo isso, cara!

Vicente: Não quer abrir!

Samuca: Mas você abriu aquela hora!

Vicente: Essa algema é diferente, essa peguei do Henrique... Peraí...

Samuca: O que foi??? O que foi???

Vicente: Acho que não peguei as chaves, só a algema.

Samuca: Como é que ? Eu vou matar você. Me tire daqui agora!

Vicente: Fique calmo, vou resolver isso agora.

Samuca: Resolver como ? Você não tem as chaves! Chame alguém e corte essa algema, já estou ficando nervoso.

Vicente: Você está louco ? Até parece que vou deixar outro cara te ver com o bundão pra cima!

Samuca se esperneia, se debate e xinga, mas de nada adianta.

Vicente: Já sei o que vou fazer, vou a casa da minha mãe e pego as chaves nas coisas do Henrique!

Samuca: O que ? Vai me deixar aqui desse jeito ?

Vicente se veste rapidamente enquanto Samuca xinga sem parar.

Samuca: Você sabe que dia é hoje ?

Vicente: Claro que sei.

Samuca: Então marque bem porque hoje é o dia que tiro seu couro com minhas próprias unhas!

Vicente: Calma amor, me espere, vôo até lá e pego a chave certa! Me espere, não saia daqui.

Samuca: E vou sair como ? Seu palhaço, seu filho de uma...

Vicente o cala com um selinho e antes de bater a porta aprecia aquela imagem, do seu namoradinho nu, com a bunda empinado pra cima, preso na cama.

Vicente: Delícia!!!

Samuca: Eu vou te matar, Doutor Vicente! E é hoje!!! - Esbraveja.

Cena 03 - Mansão de Antônio - Noite - Ao som de instrumental 'Dimas Operando' - Eduardo Queiróz

Heitor entra na mansão do tio e vendo o carro de Ellen, entra como um doido pela casa.

Heitor: Cadê você, vagabunda!

Ele anda pelos cômodos, mas não encontra ninguém e vai para o andar superior.

A casa está escura e silenciosa.

Heitor sobe as escadas com um olhar demoníaco em seu rosto.

Enquanto isso, Ellen está no quarto de Bruno, olhando um porta retrato do amigo e com o pensamento longe, até que a porta se abre com Heitor entrando.

Ellen: Heitorzinho, achei que...

A moça nem têm tempo de concluir a frase e sente um forte tapa no rosto que a faz cair na cama.

Ellen: Você ficou louco ? - Diz, assustada e levando a mão ao rosto.

Como um animal selvagem, Heitor parte pra cima dela, a segurando, enquanto mostra toda sua raiva.

Heitor: Cadê, cadê! Você achou que iria me enlouquecer, não é ?

Ellen: Por favor, me solte, você está me machucando.

Heitor: Você ainda não viu nada, vou lhe mostrar o que o Heitorzinho aqui é capaz sua vadia!

Ellen: Me larga, eu vou gritar.

Heitor: Cadê os cadernos, onde você colocou, me devolve!

Ellen: Não sei de caderno nenhum, você está louco!

Heitor: Não brinque comigo, você não sabe do que sou capaz.

Ellen tenta se soltar, mas Heitor a prende, machucando todo seu corpo.

Ele coloca o braço contra o pescoço dela, a imobilizando por completo.

Heitor: Se você pensa que vai acabar comigo, eu mato você antes. Pela

última vez, cadê os cadernos do Bruno ?

Ellen olha sério para ele e pela primeira vez deixa sua máscara cair.

Ellen: Eu não sei onde está, mas se tivesse comigo eu já teria entregue ao seu tio na mesma hora, seu verme nojento! Sua casa está caindo, é questão de tempo até você ter tudo o que merece.

Heitor: Você me odeia né sua cadela ? Devolva aqueles cadernos!

Heitor gruda no pescoço de Ellen, apertando com toda sua força.

Ellen: Socorro, alguém me ajude!!!

Escutando os gritos, Antônio e Helena entram como loucos no quarto, ficando chocados com a cena que presenciam.

Antônio: Largue ela, Heitor!

Helena: Meu Deus, ele irá matá-la!

Antônio puxa seu sobrinho com toda sua força, o tirando de cima dela e o imobilizando na parede.

Helena corre para Ellen, amparando a moça que está em choque.

Antônio: Você ficou louco ?

Heitor sai do seu transe e só então se dá conta da loucura que tinha cometido.

Ellen passa a mão pelo seu pescoço, todo vermelho.

Ellen: Ele tentou me matar, tia!

Helena: Chame a polícia, Antônio!

Heitor: A polícia não! Eu não sei o que deu em mim.

Antônio retira o sobrinho do quarto, debaixo de tapas, o xingando sem parar.

Helena: Fique calma minha querida, já passou.

Antônio: Você pode me explicar o que foi isso ? Melhor, não tem explicação.

Heitor tenta inventar uma desculpa, dizendo ser apaixonado e por ciúmes, mas não o convence.

Cena 04 - Mansão de Antônio - Corredor - Noite

Helena sai do quarto, nervosa.

Helena: Dei um calmante a ela. E você está fazendo o que aqui ainda ? Vai embora.

Heitor: Tia, eu...

Helena: Poupe-me de suas ladainhas, primeiro foi o Vicente, agora a Ellen. Não vou deixar ninguém que eu gosto se afastar de nós por sua causa. E torça pra que ela não dê parte de você na polícia, pois eu daria e agora suma daqui!

Antônio: Você ouviu. Vai embora, Heitor!

Heitor hesita e tenta pensar em algo, mas não existe um argumento capaz de limpar aquele ato insano.

Nervoso, ele vira as costas e vai embora.

Antônio: Estou muito preocupado com o Heitor, ultimamente ele tem se comportado de maneira estranha, anda relapso, mal cuidado com a aparência. Será que não é o caso de procurarmos um psiquiatra ? Mandá-lo pra alguma clínica, sei lá...

Helena: Não sei, mas na minha casa, não quero mais.

Cena 05 - Mansão de Antônio - Quarto - Noite - Ao som de instrumental 'Otto Dimas' - Eduardo Queiróz

Ellen toma um banho, tirando o cheiro daquele homem de seu corpo e em voz alta começa a pensar.

Ellen: Então os cadernos sempre estiveram com ele. Mas se alguém pegou, então ele deve estar sendo chantageado, mas por quem ? Quem será que tá fazendo isso com ele ? - Pergunta-se.

Ao sair do banho, se depara com Helena a esperando no quarto.

Helena: Com licença, vim ver como você está.

Ellen: Estou melhor.

Helena: Essa noite você passa aqui conosco e fique tranqüila, aqui aquele louco não entra mais.

Ellen: Me desculpe por toda essa situação.

Helena: Você tem alguma idéia do porquê ele ter agido assim ?

Ellen: Sinceramente... Acho que o Heitor estava drogado. Acho que ele está se envolvendo com drogas!

Helena se espanta com o que ouve.

Cena 06 - Apê de Vicente - Noite

Depois de mais de duas horas, finalmente Vicente retorna a seu prédio, mas como desgraça pouca é bobagem, ele dá de cara com Vitória.

Vicente: Vitória ? O que está fazendo aqui a essa hora ?

Vitória: Que bom que te encontrei! Eu estou precisando pegar com urgência alguns documentos da Flora que estão com o Samuca. Tenho que levar na escola amanhã... Com toda aquela confusão, da minha viagem que não deu mais certo... Eu já tinha até pedido a transferência! Agora tenho que tentar cancelar.

Vicente engole a seco, dando um sorriso amarelo.

Vitória: Então, vamos ?

Vicente: Pra onde ?

Vitória: Entrar, ué!

Vicente: Não!!!

Vitória: Hã ?

Vicente: É que... É que o Samuca não tá... - Mente.

Vitória: Não tá ? E pra onde ele foi uma hora dessas ? Bom, não me importa. Eu ligo e ele me diz onde está e eu pego! - Diz, indo em direção até o elevador.

Vicente se atravessa na frente dela, suando frio.

Vitória: O que foi, cara ? Você tá tão estranho. Vamos logo, preciso fazer xixi, estou super apertada!

Vicente: Tem um banheiro no hall, pode usar lá.

Vitória desconfia. - Está acontecendo alguma coisa?

Vicente: Nada, é que eu tô pintando o apartamento, está uma bagunça lá. Faz assim, amanhã cedinho o Samuca leva tudo o que você precisa! Ou então manda um motoboy levar.

Vitória: Pisca.

Vicente: Piscar ?

Vitória: É, se tiver tudo bem dê uma piscada. Vi isso num filme, tem alguém ameaçando vocês ? Ou você está traindo o Samuca ?

Vicente: Não, nunca trairia o Samuca. Amanhã ele te confirma tudo isso e te envia os documentos. Prometo!

Vitória: Hum... Tá bom então, né! - Responde, saindo desconfiada.

Vicente respira aliviado, secando seu rosto.

Cena 07 - Mansão de Mohamed - Suíte - Noite

Mohamed está tomando um banho, quando Rosinha entra em silêncio.

Ela tira sua camisola e entra debaixo da ducha junto com ele, o assustando.

Mohamed: Rosa! O que eu te falei, isso não pode...

Rosinha: Xiii... - Murmura, colocando o dedo nos lábios dele.

Ela o encosta contra a parede, e debaixo daquela água quente que cai, o beija.

Mohamed não faz esforço para se afastar e retribui, ficando excitado com o toque suave da moça em seu corpo.

Os dois sozinhos ali, naquela mansão e com uma chuva forte lá fora, se amam ferozmente com todo desejo de suas almas.

Mohamed está deitado na cama com Rosinha por cima dele.

Ele passa a mão pelo bico dos seios rosados da moça, e em seguida os chupa com vontade, passando a língua por toda a aréola.

Ela levanta a cabeça pra cima, gemendo baixo enquanto se vê pelo espelho no teto acima da cama.

Ele a penetra devagar, enquanto vai aumentando a intensidade aos poucos.

Após transarem, Rosinha se levanta nua e sem pudores vai até a sacada, onde acende um cigarro e começa a fumar.

Mohamed se assusta.

Mohamed: Saia daí, alguém pode te ver! - Diz, se levantando rapidamente e puxando para dentro novamente.

Rosinha: E o que é que tem se verem ? Você é casado por acaso ?

Mohamed: Pare de brincar com isso!

Rosinha sorri, irônica, e arropra a fumaça do cigarro na cara dele.

Mohamed: Você fuma ? Desde quando ?

Rosinha: Desde que você me mostrou a semente do pecado!

Dona Graça observa a vizinhança, todas as noites, com seu bom e velho binóculo, quando se assusta ao ver a movimentação na sacada de Mohamed.

Dona Graça: Eu sabia, eu sabia! Aquela pilantra nunca me enganou. Quenga, meretriz! Ninfetinha pornô, só tem a cara de sonsa, olha isso gente. Se enfiou na casa do macho casado só pra seduzir ele!

Odarina surge das sombras.

Odarina: Vigiando a vida alheia, irmã ?

Dona Graça: Ai que susto, praga! O que é que você quer, assombração, volta pra encruzilhada de onde você veio!

Odarina: Tô de olho em você. Não sei esqueça que eu sei o seu passado...

Dona Graça volta a se virar para a janela.

Dona Graça: Tenho que dar um jeito de me livrar dessa carniça de alguma forma! Olha só a confusão que eu fui me meter. Rapadura é doce mas não é mole não!

Cena 08 - Apê de Vicente - Quarto - Noite

Samuca: Quem esta aí ?

Vicente: Sou eu amor.

Samuca: Me tire logo daqui!

Vicente solta as algemas e Samuca se levanta, todo retorcido, e vai pra cima dele, dando murros em seu peito.

Vicente: Calma amor, perdoa eu.

Samuca: Eu sou um idiota mesmo em cair em suas idéias malucas!

Vicente: Vem aqui, me dá um beijinho. No final deu tudo certo!

Samuca: Me solta, não quero lhe ver nos próximos 100 anos!

Samuca vai para o quarto de hóspedes bufando, xingando até a alma do namorado e conforme os minutos vão passando a raiva vai passando.

Até que recebe uma mensagem no celular.

Vicente tinha tirado uma foto dele enquanto estava amarrado, com a bunda pra cima.

Ao som de Another Love - Tom Odell

Samuca: Hoje eu arranco seu couro fora, Doutor!

Samuca vai até a sala e seu amor está com uma rosa na mão, com aquela cara de cachorro pidão.

Vicente: Perdoa eu, amor.

Lembrando de toda aquela situação e olhando para seu namorado, Samuca não consegue resistir e cai na gargalhada, sendo seguido por Vicente, que também não consegue segurar.

Samuca: Pare de rir, não te perdoei.

Vicente: Vem cá meu gostoso, foi só um imprevisto bobo. Foi uma aventura gostosa, não foi não ? Pra gente se lembrar e rir quando tiver velhinho!

Samuca sorri e os dois se beijam, contra a claridade do abajur, deixando seus rostos cobertos pelo reflexo da luz.

Cena 09 - Ao som de Another Love - Tom Odell

Paisagens - O dia amanhece

Cena 10 - Apê de Vicente - Cozinha - Tarde

Vicente: Oi, amor. Chegou cedo!

Samuca: Tava entregando os documentos da Flora.

Os dois se cumprimentam com um selinho.

Samuca: E o seu dia, como foi ?

Vicente: Foi bem. Plantão tranquilo! Ah, sua irmã esteve lá na clinica, acompanhei o Henrique. O teste deve sair em uma semana!

Samuca: Estou nervoso com isso, e se der positivo, como será que a Flora vai reagir ? Ela nunca sentiu falta de um pai, tenho medo de confundir a cabecinha dela.

Vicente: Relaxe meu amor, nós vamos proteger ela, não deixaremos que nada a prejudique. Só está complicado esconder da Dona Teresa, ela já desconfiou de mim e do Henrique!

Cena 11 - Delegacia - Manhã

Marina, João e Sol chegam em frente a delegacia, para formalizar a queixa sobre o desaparecimento de Luan, que ainda não apareceu.

O trio adentra a delegacia, todos nervosos, principalmente Marina.

Henrique escuta atentamente tudo o que Marina conta, intrigado.

Henrique: Bom, deixa eu ver se eu entendi. Você está grávida milagrosamente, o seu namorado sumiu após uma discussão de vocês dois e você vem prestar queixa dois dias depois...

Marina: Ah, qual é, Henrique. Você me conhece, eu sou melhor amiga do Samuca!

Henrique: Ser melhor amiga do Samuca não te dá crédito algum. Pelo contrário! Enfim, eu não estou dizendo que você é a culpada, eu particularmente não te conheço, mas sei que você já ajudou muita gente. Mas essa história que você me contou te complica bastante, e não há nada que eu possa fazer perante a isso!

Sol: Está dizendo que minha filha é suspeita pelo desaparecimento do próprio noivo ?

Henrique: Embora eu acredite que não seja, é o que vai predominar diante da justiça. Não tem como eu mudar a lei, as evidências te tornam a principal suspeita! - Diz, enquanto observa as unhas de Marina.

Henrique: O que é isso na sua mão ?

Marina as esconde.

FLASH BACK

"Marina: E pensar que eu tava aqui, deprimida, a base de calmante. Me sentindo culpada por algo que eu nem sei como foi acontecer... E o bonito me traindo na maior cara de pau e nem se sentia mal com isso! Você é um mal caráter, hipócrita, não tem vergonha nenhuma nessa sua cara! - Dispara, indo pra cima dele e desferindo mais tapas.

Luan: Para, para! - Fala, tentando segurá-la."

FIM DO FLASH BACK

Henrique: Terá que fazer exame de corpo de delito para anexar ao caso. Você está com as mãos machucadas após bater no seu noivo desaparecido, a sua situação apenas se complica. E mandarei alguns homens meus irei fazer uma perícia na sua casa, você se importa ?

Marina: Claro que não. Eu não fiz nada com ele, eu sou inocente. E eu vou provar isso!

Cena 12 - Loja de Antônio - Tarde - Ao som de instrumental 'Otto Dimas' - Eduardo Queiróz

Antônio, que até então havia decidido se afastar da empresa, volta a sua rotina de empresário, agora quase sempre acompanhado de Helena. Já Heitor procura evitar o máximo o contato com os tios mas mal sabe ele que sua situação na loja vai se complicar ainda mais.

Antônio: Conforme lhe falei, você e sua equipe terão carta branca dentro da minha empresa. Quero uma auditoria completa em todos os contratos com fornecedores, em todas nossas contas, não quero que deixe passar um parágrafo se quer!

Rafael: Fique tranqüilo Seu Antônio, quanto menos o senhor esperar, lhe entregarei um relatório completo.

Heitor escuta a tudo, no canto da sala, quieto e em silêncio. Possesso de ódio, ele sente o cerco se fechando e teme que o tio descubra todos os desvios que cometeu durante anos. Ele se retira e vai para a sua sala, se trancando.

Heitor: Droga, droga, droga!!! O que esse velho porco está querendo ? E se ele descobrir tudo ?

Pra completar sua desgraça, uma nova mensagem chega em seu celular.

"- Que feio hein priminho, batendo em mulher agora. Você achou mesmo que a Ellen se interessaria por você algum dia ?"

Heitor lê a tudo, com cada vez mais raiva.

Heitor: O que você quer de mim ?

"- Você errou feio hein, será que ainda não deu pra entender que eu sou o Bruno ?

- Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu."

Heitor: Você está morto, desgraçado, morto! Eu vi a tampa do caixão se fechando com você lá, eu vi! - Diz, andando de um lado para o outro, se sentindo cada vez mais atormentado.

Cena 13 - Ao som de Movimento de Outono - Alexandre Guerra

Um dia se passa

Uma chuva fina cai pela cidade e o clima é de extremo frio

As nuvens cobrem todo o céu

Cena 14 - Consultório de Vicente - Manhã

Vicente já está com o resultado de DNA e marca uma reunião com todos em seu consultório.

Samuca: Vim te buscar a Vitória. O Vicente nos espera!

Marta: Sua irmã não quer ir.

Samuca: Porque isso agora ?

Vitória: Eu já sei o resultado do teste! - Afirma, se retirando e indo para seu quarto. Samuca vai atrás.

Samuca: Vamos até la e encerramos essa história de vez.

Vitória: Pra que Samuca ? Até você já deve saber o resultado.

Samuca: Então o Henrique...

Henrique: Mas que demora, você já abriu o resultado?

Vicente: Já sim, mas prefiro que você abra na frente de todos. Mas o Samuca está demorando demais!

Cena 15 - Loja de Antônio - Sala de Heitor - Começo de Tarde

Heitor havia tido uma péssima manhã e antes de ir almoçar têm outro acesso de fúria. A pessoa misteriosa tinha entupido sua caixa de e-mail com mais de 500 mensagens, todas dizendo a mesma frase.

"- Sua hora está chegando!!!"

Gritando com aquela máquina, ele sai da loja, indo direto para a casa onde iria ter outra surpresa.

Porteiro: Boa tarde, Seu Heitor! Entregaram essa encomenda para o senhor.

Heitor olha aquela enorme caixa de papelão, toda lacrada e sem remetente.

Heitor: Quem mandou isso ? Ajude-me a levar lá pra cima.

Colocando bem no meio de sua sala, Heitor pega uma faca e rasga aquele papelão, revelando um embrulho todo cheio de plástico. Já sem paciência, passou a faca de cima até embaixo, abrindo com tudo.

Com o olhar de pânico e sentindo náuseas, dá um pulo para trás, gritando apavorado.

Heitor: Meu Deus!!! O que é isso!!!

Cena 16 - Consultório de Vicente - Tarde

Henrique: Não agüento esperar mais.

Vicente: Tudo bem, vamos abrir.

Henrique: Espera! Não... Não quero ver resultado nenhum.

Vicente: Como assim ?

Henrique: Não preciso de um pedaço de papel pra confirmar o que eu já sinto, o que eu sempre soube.

Henrique se levanta, saindo como com toda pressa, enquanto Vicente grita por seu nome.

Cena 17 - Casa de Marina - Tarde - Ao som de instrumental 'Fuga Paparazzi' - Iuri Cunha

Marina abre a porta e se depara com Hanna.

Hanna: Marina ? Eu sei que você pode não tá querendo mais me vez após saber sobre eu e o Luan... Mas é que eu estou preocupada. Após aquela conversa nossa, eu não soube mais nada sobre vocês.

Marina a escuta falar, em silêncio.

Hanna: Ele não responde as minhas mensagens, nem apareceu mais na faculdade. Aconteceu alguma coisa ?

Marina: É sobre ele que você quer saber, né sua piranha!

Com um ódio mortal, Marina a pega pelo pescoço a empurra contra a parede.

Hanna: Me solta!

Marina: Mas é muita cara de pau a sua de vir até aqui depois de tudo o que aconteceu.

Hanna: E o que aconteceu ?

As duas se encaram.

Cena 18 - Casa de Marta - Quarto - Tarde

Flora: Tio, você está nervoso ? Porque você e a mamãe estão com essa cara ?

Samuca: Não é nada meu amor.

Samuca e Vitória estão com Flora no quarto e escutam Marta gritando com alguém.

Antes mesmo de fazerem algo, Henrique invade o quarto da menina deixando todos com os olhos arregalados.

Flora: Oi, Tio Henrique!

Com os olhos cheios de lágrimas, aquele cara marrento e com pose de durão se ajoelha diante da garotinha, puxando seu corpo frágil para um abraço.

Henrique: Minha filha!!!

Imagem de Henrique e Flora congela em um efeito alaranjado.

Se encerra em Another Love - Tom Odell

Continua...

Elenco de Apoio

Rafael

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